Coronavírus

Licenciados portugueses já não vão fazer estágio na China devido ao coronavírus

Os 14 estágios previstos para Macau, Xangai e Pequim no âmbito do programa INOV Contacto serão recolocados noutros países, foi hoje anunciado.

Licenciados portugueses já não vão fazer estágio na China devido ao coronavírus
Andy Wong
Uma das avenidas de Pequim praticamente vazia devido ao surto de coronavírus já declarada emergência de saúde pública de âmbito internacional pela OMS
Jason Lee

Promovido pela AICEP, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, o INOV Contacto iniciou a 24.ª edição em janeiro e, apesar de inicialmente estarem atribuídos 14 estágios à China, entre Macau, Xangai e Pequim, os responsáveis decidiram "não alocar qualquer estágio a este país" devido ao surto de coronavírus.

Estes estagiários foram realocados em empresas de outros países, "sem perda de qualidade no que toca ao estágio", conforme assegurou à Lusa a responsável pela comunicação da AICEP.

"Houve casos em que foi possível realocar o estagiário noutro ponto da mesma entidade. Em relação aos restantes em que tal não foi possível, foi explicada a situação e os jovens foram realocados a outros estágios doutras entidades, com igual potencial para o seu perfil", acrescentou a mesma fonte.

Segundo a AICEP, no ano passado foram realizados 33 estágios na China.

Estes estágios profissionais decorrem em qualquer parte do mundo, durante seis a nove meses, durante os quais os jovens desenvolvem as suas competências no mercado internacional e as entidades usufruem de um capital humano altamente qualificado para impulsionar o seu negócio.

Este programa já promoveu 5.624 estágios em 82 países, envolvendo 1.235 entidades.

A China elevou hoje para 636 mortos e mais de 31 mil infetados o balanço do surto de pneumonia provocado por um novo coronavírus (2019-nCoV) detetado em dezembro passado, em Wuhan, capital da província de Hubei (centro), colocada sob quarentena.

Nas últimas 24 horas, registaram-se 73 mortes e 3.143 novos casos.

O médico chinês que deu o primeiro alerta sobre o surto do novo coronavírus morreu quinta-feira, depois de ter contraído pneumonia na semana passada, anunciou o hospital onde estava internado.

O oftalmologista Li Wenliang de 34 anos, foi "infelizmente contaminado durante o combate à epidemia de pneumonia do novo coronavírus", afirmou, na sua conta na rede social Facebook, o hospital central de Wuhan.

A primeira pessoa a morrer por causa do novo coronavírus fora da China foi um cidadão chinês nas Filipinas.

Além do território continental da China e das regiões chinesas de Macau e Hong Kong, há outros casos de infeção confirmados em mais de 20 países. Na Europa, o número de casos confirmados chegou quinta-feira a 31, com novas infeções detetadas no Reino Unido, Alemanha e Itália.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou em 30 de janeiro uma situação de emergência de saúde pública de âmbito internacional, o que pressupõe a adoção de medidas de prevenção e coordenação à escala mundial.