No balanço do dia, a Direção-Geral da Saúde registava onze novas suspeitas nas últimas 24 horas, em Portugal, num total de 70 casos, 67 despistados como negativo ao Covid-19.
Positivo ainda não se contam nos boletins que são divulgados diariamente pela DGS. Mas o primeiro-ministro avisou, desde logo, na quinta-feira, quando se referiu ao alastrar do novo coronavírus que Portugal não está imune e que "mais tarde ou mais cedo" vai haver algum confirmado.
Este sábado, António Costa voltou a falar do assunto - e foi o único assunto a que respondeu aos jornalistas, depois de inaugurar o Comando Regional de Emergência e Proteção Civil do Algarve, em Loulé - para reagir à manchete do Expresso sobre o cenário de um milhão de infetados em Portugal. "Não se confundam o que são cenários com o que são previsões".
O primeiro-ministro quis realçar as palavras da Diretora-Geral da Saúde que, duas horas antes, tinha esclarecido, em conferência de imprensa, os números que tinha avançado na entrevista que deu ao semanário, referindo que se tratavam de "cenarização".
E assim reafirmou: "As autoridades trabalham com cenários para prepararem aquilo que tem de ser preparado para o caso de alguma eventualidade, o que não pode ser confundido com previsão do que vá acontecer".
Era a mensagem que queria passar, para que se evite "alarmismo desnecessário". Um alarmismo que "só tem um efeito negativo", segundo António Costa.
"Uma coisa é coronavírus habitual"
Na conferência de imprensa de mais de meia hora, Graça Freitas tinha mais esclarecimentos a fazer: o primeiro sobre a existência de casos confirmados em Portugal. À data não há. Não há nenhum teste realizado em Portugal que tenha acusado positivo ao covid-19. O que não significa que não haja doentes com coronavírus.
A Diretora-Geral da Saúde explica que se trata de "um coronavírus habitual" como tem havido doentes com o vírus da gripe sazonal.
"Um coisa bem diferente é um dia quando identificarmos um doente com o vírus novo que origina a doença designada por Covid-19", disse.
Havia ainda a questão da prevenção. Graça Freitas reconheceu que lhe têm sido apontadas críticas por ter dito que não era recomendável beijos e abraços, sendo que para a Diretora-Geral da Saúde, é um comportamento "cívico".
"As pessoas têm-me criticado muito por causa dos beijinhos, se damos ou se não damos. Se estivermos em epidemia, convém que não demos. Não estou contra beijarmo-nos e abraçarmo-nos. Mas se tivermos uma epidemia, temos que ter contenção social".
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