A Mesquita Central de Lisboa está encerrada por tempo indeterminado após o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter decretado estado de emergência, na quarta-feira, por causa da pandemia de Covid-19, revelou hoje o imã David Munir.
"Fechámos ontem à noite. A última oração foi às 20:00 e às 20:30 fechámos. Não abre mais", referiu o sheik Munir, em declarações à agência Lusa.
Na terça-feira, o líder religioso considerava encerrar a Mesquita Central de Lisboa caso fosse decretado o estado de emergência devido à pandemia de Covid-19.
"Se o Governo decretar alerta de emergência então fechamos mesmo. Caso decrete o alerta de emergência, vamos fechar mesmo a mesquita. Não haverá nenhuma oração", afirmou na ocasião.
Estando a comunicar às pessoas o encerramento da Mesquita Central de Lisboa, o imã adiantou que há uma pessoa que faz a ronda para ver se está tudo bem com o espaço.
"Temos uma pessoa, a que faz o chamamento, e pedimos-lhe para ver se está tudo bem ou não por fora e depois regressa a casa", anotou.
Sobre a possibilidade de fazer orações via 'online', David Munir disse que isso não faz muito sentido e que as pessoas só vão à mesquita para orar em congregação.
"Nós podemos fazer orações em casa. As pessoas vêm à mesquita para fazer a oração em congregação, em conjunto, mas duas pessoas é o suficiente para fazer a oração em congregação, marido e mulher, por exemplo. Praticamente todos nós temos alguém em casa", afirmou.
O imã realçou ainda que metade da religião islâmica se baseia em higiene, lembrando que todos os cuidados são poucos em relação à pandemia de Covid-19.
"Na prática muçulmana é normal nós lavarmos as mãos antes de cada oração para fazermos a ablução [rito de purificação e higienização] . Lavamos as mãos, os braços, a face e os pés e antes de cada refeição também", disse, acrescentando que ao "acordar é recomendado" também lavar as mãos.
Números mais recentes da pandemia
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 220 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.900 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 85.500 recuperaram da doença.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália, com 2.978 mortes em 35.713 casos, a Espanha, com 767 mortes (17.147 casos) e a França com 264 mortes (9.134 casos).
A China anunciou hoje não ter registado novas infeções locais nas últimas 24 horas, o que acontece pela primeira vez desde o início da pandemia. No entanto registou 34 novos casos importados.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou na quinta-feira o número de casos confirmados de infeção para 785. O número de mortos subiu para três.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de hoje.
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