O responsável da Autoridade de Saúde Regional afirmou que os Açores vão manter a necessidade de ter dois testes de diagnóstico negativos para atestar a recuperação de doentes com Covid-19.
Tiago Lopes, também diretor regional da Saúde, falava em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, no ponto de situação diário sobre a evolução do surto de Covid-19 nos Açores.
No continente, foi anunciado que os infetados com o novo coronavírus que estão em casa passam a ser considerados casos recuperados se, ao fim de 14 dias, tiverem um único teste negativo e se já não tiverem sintomas.
Já os doentes internados em hospitais continuarão a precisar de ter dois testes negativos, com um intervalo de 24 horas, para serem considerados recuperados da Covid-19, anunciaram a ministra da Saúde, Marta Temido, e a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, na conferência de imprensa diária sobre a situação da pandemia do novo coronavírus em Portugal.
Graça Freitas explicou que "os doentes ligeiros, que fiquem no domicílio e que tenham sintomas ligeiros, têm a indicação para fazer um único teste e são considerados recuperados se o teste der negativo", ultrapassados os sintomas.
Questionado sobre o procedimento a adotar nos Açores, o responsável da Autoridade de Saúde Regional explicou que aquela orientação da Direção-Geral da Saúde "irá ser discutida internamente com os restantes elementos do grupo técnico", mas adiantou que "não havendo na região qualquer tipo de problema" no que diz respeito à capacidade de análise ao nível laboratorial "não é por mais uma segunda análise para atestar a negatividade de um possível caso recuperado que iremos deixar de o fazer".
"É uma situação que já se previa essa emanação, mas atendendo à nossa capacidade de diagnostico laboratorial na região penso que não haverá problema de manter aquilo que vigora até ao momento que é a realização de dois testes negativos para atestar o processo de recuperação de um infetado pelo Covid-19", sublinhou Tiago Lopes.
O responsável reiterou que as duas unidades laboratoriais da região (em São Miguel e na Terceira) que fazem testes à Covid-19 "têm capacidade laboratorial", mas "a região está sempre a planear o presente" para "acautelar o futuro", nomeadamente "uma eventual segunda vaga" do surto.
"Temos uma capacidade neste momento na região que é mais do que suficiente para dar resposta às necessidades no combate ao Covid-19. De qualquer das formas, e já antecipando uma eventual segunda vaga do surto, estamos a estudar essa possibilidade de aumentarmos essa capacidade de análise laboratorial", explicou Tiago Lopes.