Foi ali que o vírus foi detetado pela primeira vez. Agora, depois de meses de confinamento, os cidadãos de Wuhan começam a regressar às ruas da cidade, mas assistem ao aparecimento de novos focos de infeção pelo novo coronavírus.
Em resposta, as autoridades anunciaram que estão a começar a desenhar um plano para testar os 11 milhões de residentes. Para já, foi pedido a todos os distritos que enviem sugestões sobre como realizar esses testes em 10 dias.
De acordo com o jornal chinês The Paper, que cita um documento interno entretanto divulgado, cada um deles é responsável por elaborar o seu próprio plano, com base no tamanho da população, e se há, ou não, um surto ativo no distrito.
O documento, que se refere ao plano como a "batalha de 10 dias", também diz que as pessoas mais velhas, e as comunidades densamente populacionais, devem ter prioridade na realização dos testes à Covid-19.
No entanto, várias autoridades de saúde, citadas pelo jornal Global Times, consideram que testar toda a cidade é, não só, inviável, como muito caro.
Peng Zhiyong, diretor da unidade de cuidados intensivos do Hospital Zhongnan, da Universidade de Wuhan, entende que o mais correto seria testar os profissionais de saúde, grupos de risco e cidadãos que tenham tido contatos próximos com um caso confirmado.
Já um outro diretor da Universidade de Wuhan lembra que uma grande porcentagem da população de Wuhan - cerca de 3 a 5 milhões - já foi testada, pelo que será execuível testar os 6 a 8 milhões que faltam, em 10 dias.
Wuhan tem, neste momento, os olhos de todos os países sobre si, o que coloca as autoridades locais sob enorme pressão. Não permitir que a primeira cidade a entrar em confinamento possa ter de recuar ao início da crise passou a ser uma prioridade para o Governo chinês.
As sete personalidades mais poderosas da China, no Comité Permanente do Politburo, reuniram-se na semana passada para discutir a melhoria do sistema de alerta precoce do país para surtos como este.