Um total de 36 pessoas, 19 polícias e 17 manifestantes, ficaram feridas em confrontos durante uma manifestação que ocorreu na noite de terça-feira, em Belgrado, contra as novas medidas para o combate ao covid-19, informaram hoje fontes médicas.
O protesto, que contou com milhares de pessoas pelo segundo dia consecutivo, começou de forma pacífica, mas duas horas depois grupos violentos atiraram pedras, paus e outros objetos contra os agentes de segurança e passaram as barreiras de metal que cercavam o parlamento.
Os confrontos duraram mais de três horas em diferentes áreas do centro da cidade.
Os protestos também ocorreram em outras cidades, como Novi Sad (norte) e Nis (sul) e alguns jornalistas denunciaram agressões tanto da parte da polícia como de manifestantes violentos.
O ministro do Interior sérvio, Nebojsa Stefanovic, chamou os distúrbios de "pura violência" e disse tratar-se de uma "tentativa de assumir o poder sem a vontade do povo".
O ministro referia-se a uma declaração do Presidente sérvio, o conservador Aleksandar Vucic, na qual culpou "direitistas, criminosos e oponentes" pelos distúrbios e negou que estes fossem relacionados com a Covid-19.
Os protestos começaram depois de o Presidente ter anunciado um eventual recolher obrigatório para este fim de semana, dizendo que as medidas iriam ser tomadas de acordo com as avaliações dos especialistas.
Alguns dos manifestantes e parte da oposição criticam Vucic por ter permitido grandes eventos nas últimas semanas, com o objetivo de facilitar a vitória da sua formação nas eleições legislativas de 21 de junho.
Por hoje, espera-se que um grupo de especialistas decida sobre novas medidas para impedir a disseminação do novo coronavírus, que causa a doença covid-19.
As infeções pelo novo coronavírus estão a aumentar na Sérvia nas últimas semanas.
Até agora, o país registou mais de 17.000 infeções e mais de 340 mortes, com uma forte tendência ascendente, enquanto os hospitais do país estão rapidamente a receber novos casos.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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