Coronavírus

OMS prevê que África ultrapasse um milhão de casos de Covid-19 “nos próximos dias”

A pandemia está a acelerar, com o número de casos a aumentarem em 50% nos últimos dias.

Argélia, Egito (na foto), Gana, Nigéria e África do Sul totalizam cerca de 75% do acumulado de casos em África
Argélia, Egito (na foto), Gana, Nigéria e África do Sul totalizam cerca de 75% do acumulado de casos em África
Mohamed Abd El Ghany / Reuters

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou hoje que o número de casos de covid-19 em África vai ultrapassar um milhão “nos próximos dias”, assinalando que registou um aumento de “50% nos últimos 14 dias”.

“As infeções de covid-19 em África vão ultrapassar um milhão nos próximos dias, com a pandemia a aumentar em vários países”, lê-se num comunicado emitido pela OMS.

No documento, a organização regista que o número de casos no continente “quase duplicou” em pouco mais de três semanas, aproximando-se dos 900 mil, contabilizando também quase 20 mil mortos.

Segundo a contagem da OMS, África tem 889.457 casos de covid-19, incluindo 18.806 mortos.

“No geral, a pandemia está a acelerar, com o número de casos a aumentarem em 50% durante os últimos 14 dias quando comparando com a quinzena anterior”, aponta a nota, que explica que cinco países – Argélia, Egito, Gana, Nigéria e África do Sul – totalizam cerca de 75% do acumulado de casos”.

Quanto ao número de mortos, a OMS registou um total de 4.376 mortes na última quinzena, um aumento de 22% face às duas semanas anteriores.

A agência das Nações Unidas detalhou que sete países da África Subsaariana que impuseram medidas de contenção mais severas e que, entretanto, as levantaram “experienciaram um aumento de 20% no número de casos durante as últimas duas semanas”.

A nota refere ainda que países como a República do Congo e Marrocos necessitaram de voltar a aplicar medidas de restrição devido ao aumento do número de casos.

“Com o aproximar do milhão de casos em África, o continente está num momento crucial”, considerou a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, que acrescentou que o novo coronavírus responsável pela covid-19 “saiu das maiores cidades e propagou-se para o distante interior”.

Nesse sentido, Moeti considera ser fundamental que os países descentralizem os seus mecanismos de resposta à pandemia e que ainda é possível travar o vírus.

“Ainda podemos evitar que a covid-19 alcance o seu total potencial, mas é preciso agir agora”, sublinhou a responsável.

Quanto à infeção de profissionais de saúde, a OMS disse que 41 países africanos relataram perto de 14 mil casos de infeções.

Para abrandar a propagação do coronavírus, a OMS considera que é necessário “expandir a escala e a quantidade de medidas de saúde públicas, como a testagem, identificação de contactos, isolação e cuidado de pacientes”, assim como formas de prevenção como a lavagem de mãos, cumprimento de distâncias de segurança e a utilização correta de máscaras.

“O levantamento de medidas de restrição que permitiram abrandar a propagação da covid-19 devem ser baseados em provas, faseados e selecionados”, acrescenta a nota.

No comunicado, a OMS alertou ainda para a baixa percentagem de testes realizados.

“O número de testes realizados por cada 10 mil habitantes, a meio de julho, estava abaixo de 100 em 43 dos 54 países inquiridos”, afirma a nota, onde se lê que, no continente, foram realizados 7,7 milhões de testes para a deteção do novo coronavírus desde fevereiro.

Mais de 667 mil mortos e 17 milhões de infetados em todo o mundo

A pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus já provocou a morte de pelo menos 667.361 pessoas e infetou mais de 17.053.650 em todo o mundo, segundo o balanço feito pela Agência France-Presse (AFP) às 11:00 de hoje

Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, Cabo Verde lidera em número de casos (2.418 casos e 23 mortos), seguido da Guiné Equatorial (2.350 casos e 51 mortos), Guiné-Bissau (1.981 casos e 26 mortos), Moçambique (1.748 casos e 11 mortos), Angola (1.078 infetados e 48 mortos) e São Tomé e Príncipe (868 casos e 15 mortos).

Países mais atingidos

O balanço indica ainda que, na quarta-feira, foram registadas 6.687 mortes e 285.318 novos casos no mundo. Os países que registaram o maior número de novas mortes nos seus últimos balanços foram o Brasil, com 1.595 óbitos, os Estados Unidos (1.267) e a Índia (775).

  • Estados Unidos, com 150.716 óbitos em 4.427.493 casos
  • Brasil, com 90.134 mortes em 2.552.265 casos,
  • Reino Unido, com 45.961 mortes (301.455 casos)
  • México, com 45.361 mortes (408.449 casos)
  • Itália, com 35.129 mortes (246.776 casos).

Entre os países mais duramente atingidos, a Bélgica é aquele que tem o maior número de óbitos em relação à sua população, com 85 mortes por 100.000 habitantes, seguida pelo Reino Unido (68), Espanha (61), Itália (58) e Perú (57).

A China (excluindo os territórios de Hong Kong e Macau) contabiliza oficialmente um total de 84.165 casos, (105 novos casos nas últimas 24 horas), incluindo 4.634 mortes e 78.957 recuperados.

A Europa totalizava, às 11:00 de hoje, 209.358 mortes para 3.135.632 casos, a América Latina e Caraíbas 191.827 mortes (4.632.894 casos), os Estados Unidos e Canadá 159.664 óbitos (4.542.739 casos), a Ásia 60.775 mortes (2.697.189 casos), o Médio Oriente 26.666 óbitos (1.134.152 casos), África 18.851 mortes (893.051 casos) e a Oceania 220 mortes para 17.994 casos do novo coronavírus.

Portugal com 1.727 mortes e 50.868 casos de Covid-19

A Direção-Geral da Saúde (DGS) anunciou esta quinta-feira a existência de 1.727 mortes e 50.868 casos de Covid-19 em Portugal, desde o início da pandemia.

O número de óbitos subiu, de ontem para hoje, de 1.725 para 1.727, mais dois em relação a ontem, enquanto o número de infetados aumentou de 50.613 para 50.868, mais 255, o que representa um aumento de 0,5%.

Há 403 doentes internados, o mesmo número em relação a ontem. 42 encontram-se em Unidades de Cuidados Intensivos, menos um face a quarta-feira.

O número de casos recuperados subiu de 35.875 para 36.140, mais 265.