Mesmo depois de vários meses a discutir e a esclarecer questões relacionadas com a Covid-19, as novas informações que vão chegando necessitam de uma elucidação. Neste momento, exitem oito vacinas na fase III dos ensaios clínicos - a última fase antes da distribuição e administração, que testa a segurança e a eficácia da vacina.
A vacina anunciada pela Rússia, que vai ser produzida em setembro e vai começar a ser administrada em janeiro de 2021, não passou por esta fase, nem tão pouco convenceu a comunidade científica, inclusive a da Rússia.
Pedro Simas admite que, quando leu a notícia, pensou que se trataria de uma "fake new". No especial de informação deste sábado, explicou que, caso se verifique que a vacina tem efeito adversos, os movimentos antivacinação podem ganhar força, o que seria desastroso.
O virologista mantém, no entanto, uma postura positiva em relação a outras questões. Em primeiro lugar, pensa que, se houver uma vacina muito eficaz, vai ser massificada em termos de distribuição, e acredita que Portugal está preparado para uma eventual segunda vaga.
Isto é, considera que os grupos de risco devem ser protegidos e que, mesmo que haja um aumento das infeções com o regresso às escolas e universidades, poderá não ter efeitos tão desastrosos.
"O potencial pandémico é enorme, mas temos as ferramentas para controlar o vírus", afirmou o virologista.
Já Vera Lúcia Arreigoso dá nota que a comunidade científica está dividida, sendo que uns estão mais otimistas do que outros. A jornalista considera que foi criada uma grande pressão, inclusive pela Organização Mundial de Saúde, para a população estar preparada, lembrando também que não vai voltar a existir o confinamento.
Afirmou ainda que, apesar de haver uma grande esperança, a vacina não será para todos - tal como acontece com a vacina da gripe - e será administrada a pessoas que à partida poderão ter uma doença grave.