O governo autónomo da Irlanda do Norte decidiu decretar um confinamento de várias semanas, encerrando escolas e o setor da restauração para tentar diminuir a taxa de transmissão de covid-19, anunciou esta quarta-feira.
O que muda?
- A partir de sexta-feira, e durante quatro semanas, bares e restaurantes só poderão vender para fora e encerrar às 23:00, enquanto que as escolas vão fechar na próxima semana durante 14 dias, até 02 de novembro, período que inclui uma semana de férias intercalares.
A chefe do governo, Arlene Foster, disse que, apesar das medidas aplicadas em certas áreas com mais casos, a taxa de infeção continua a acelerar, bem como o número de hospitalizações, pelo que "mais medidas são necessárias urgentemente".
O Executivo de Belfast recomendou também que as pessoas trabalhem a partir de casa se puderem e as aulas das universidades continuem através da Internet, enquanto que o restante comércio terá de respeitar regras por definir para continuar a funcionar.
Irlanda do Norte tem autonomia em matérias de saúde
Apesar de fazer parte do Reino Unido, a Irlanda do Norte, tal como a Escócia e País de Gales, tem autonomia sobre matérias relacionadas com a saúde, pelo que a maioria das regras relacionadas com a pandemia covid-19 são diferentes das de Inglaterra, cuja regulamentação é definida pelo governo britânico de Boris Johnson.
O primeiro-ministro britânico resistiu a declarar um novo confinamento aconselhado por um grupo de cientistas, tendo na segunda-feira revelado um novo sistema de três níveis de restrições a aplicar localmente de acordo com o grau de risco.
Na terça-feira, o Partido Trabalhista manifestou-se favorável à sugestão do Grupo de Aconselhamento Científico para Emergências [SAGE] para ser decretado um confinamento nacional curto, de entre duas a três semanas, no final de outubro.
Num estudo publicado hoje pelo jornal The Times, os cientistas acreditam que encerrar escolas e pedir às pessoas para ficarem em casa durante duas semanas pode evitar cerca de oito mil mortes.
O Reino Unido é o país europeu e o quinto a nível mundial, atrás dos EUA, Brasil, Índia e México, com o maior número de mortes de covid-19, tendo contabilizado 43.018 confirmadas por teste e 57.690 quando incluídos os casos suspeitos cujas certidões de óbito fazem referência ao novo coronavírus.