Bernardo Ferrão analisou no Jornal da Noite as medidas avançadas por António Costa para o estado de emergência. O jornalista da SIC considera que seria importante que o Governo mostrasse a base científica em que as medidas assentam.
Em causa estão os dados avançados durante a última reunião no Infarmed, onde se dizia que em 81,4% dos casos não se sabe a origem da infeção por Covid-19. Bernardo Ferrão lembra ainda que foi dito na reunião que o trabalho presencial e os ginásios representam um maior risco que os restaurantes e centros comerciais.
“Estas contradições, esta falta de informação mais precisa, esta falta de partilha de informação faz com que as pessoas, muitas vezes, talvez não compreendam tão bem estas medidas e a forma como as pessoas aderem a esta medida é cada vez menos afirmativa”, diz o jornalista.
Também a realização do congresso do PCP e do congresso nacional do Chega estiveram sobre análise de Bernardo Ferrão.
“A questão com o PCP não é uma questão de legitimidade de fazer o congresso, o PCP tem todo o direito de fazer esse congresso. A questão é sobretudo política, uma questão do sinal que se dá às pessoas, sobretudo em Loures. Loures é um concelho que tem risco muito elevado, as pessoas vão passar a estar confinadas naqueles fins de semana, nomeadamente no fim de semana do congresso, e depois vão ver uma data de congressistas do PCP”, explica.
No entanto, o jornalista lembra que António Costa está atualmente a negociar o Orçamento do Estado para 2021 com o PCP, podendo a realização do congresso ser uma moeda de troca para a aprovação do documento.
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