Coronavírus

Comerciantes franceses "aliviados" com reabertura das lojas

Encerradas desde 30 de outubro, têm agora permissão para abrir no dia 28.

Paris, França
Paris, França
Gonzalo Fuentes

Comerciantes franceses consideram que "o Natal está salvo" com a permissão da reabertura a 28 de novembro das lojas, fechadas desde 30 de outubro, anunciada pelo Governo na terça-feira, mas pedem medidas complementares num "ano extremamente difícil".

"Esta manhã, o que impera é um alívio para os comerciantes após várias semanas negras e difíceis. Este anúncio permite a reabertura a partir de sábado e podemos pensar que o Natal está salvo", afirmou hoje Lionel Sauges, vice-presidente da Federação Francesa das Associações de Comerciantes, em declarações à Agência Lusa.

O anúncio da reabertura foi feito na terça-feira à noite pelo Presidente francês, Emmanuel Mácron, e abrange os comércios considerados não essenciais que estavam fechados ao público desde 30 de outubro, data de início do segundo confinamento em França devido à pandemia de covid-19.

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O período do Natal representa entre 30% a 50% do volume de negócios dos comerciantes franceses, segundo Lionel Sauges, e esta reabertura traz "esperanças e perspetivas concretas".

No entanto, nos últimos dois anos, os comerciantes franceses têm sido fustigados com diferentes crises.

"Mesmo satisfeitos com esta reabertura, o ano foi extremamente difícil. Até porque a situação do comércio em França é difícil nos últimos dois anos. Claro que houve o impacto da covid, mas o comércio sofreu de outras crises como a crise social, com vários meses de manifestações dos 'coletes amarelos' e o contexto dos atentados", sublinhou Sauges.

Para evitar falências, cabe agora às autoridades e aos comerciantes encontrarem medidas complementares para salvar os seus negócios.

"Vamos precisar do Natal e dos saldos para salvar o máximo de empresas, mesmo se algumas vão ficar em dificuldades. Outras medidas complementares que esperamos são a possibilidade de abrir ao domingo e que os comércios sejam isentos de ter um mínimo de 8m2 por cada cliente", referiu o vice-presidente da Federação.

Apesar de não incluir restaurantes e bares, a Federação Francesa das Associações de Comerciantes, que agrupa cerca de 6.000 associações de comerciantes espalhadas por toda a França, não deixa de se mostrar solidária para com estes negócios que só vão reabrir possivelmente a 20 de janeiro.

"Estamos muito solidários com os restaurantes e bares, porque, em conjunto, somos a alma dos centros das cidades", lembrou Lionel Sauges.