Coronavírus

Covid-19. "Não podemos esperar ter todos os dados na mão para tomar decisões"

Ricardo Mexia, médico de Saúde Pública, considera que Portugal não deve esperar até dia 12 para tomar decisões.

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Portugal registou ontem mais de 10 mil novos casos de covid-19 em apenas 24 horas e, esta quinta-feira, ultrapassou os 9.900. Ricardo Mexia, médico de Saúde Pública, consegue identificar nestes números um "padrão claro", que pode ser resultado de um conjunto de fatores, nomeadamento, do alívio de restrições na época festiva, da sazonalidade - como acontece com o vírus da gripe-, e das novas variantes do vírus.

"Estamos a enfrentar um cenário muito complicado. Temos dias demolidores em relação a números", constatou.

Questionado sobre a pressão nos hospitais, Ricardo Mexia lembra que não se partiu de um ponto onde o sistema estivesse folgado, isto é, houve um pico de covid-19 em novembro, os números acabaram por estabilizar em dezembro, mas a pressão no SNS não aliviou.

"Não havia folga para acomodar um aumento", explicou.

Em entrevista à SIC Notícias, o médico sublinhou que só daqui a uns dias é que será possível sentir o impacto do número de novas infeções nos internamentos hospitalares e também na mortalidade.

O Governo aguarda por dia 12 de janeiro para se reunir com os especialistas e, a partir daí, tomar medidas. "Cada dia conta", disse António Costa. No entanto, segundo diz Ricardo Mexia, não podemos esperar para ter todos os dados na mão para tomar decisões, isto é, até ao dia 12 "os dias fazem diferença".

"Andamos sempre a correr atrás do prejuízo", salienta o médico, apontando que é necessário um reforço dos meios de resposta e uma melhoria na comunicação.

Sobre a possibilidade de existir um novo confinamento geral, que está em cima da mesa do Governo, Ricardo Mexia diz:

"Temos que estamos a caminhar para essa solução".