Tiago Correia defende que as eleições presidenciais não devem ser adiadas e considera que as consequências de um novo confinamento serão pesadas.
Na SIC Notícias, o professor de Saúde Pública Internacional diz não se pode perder a noção sobre as prioridades e que, neste momento, a prioridade é salvaguardar o funcionamento das instituições democráticas: "Nós só podemos gerir bem a pandemia, e todos os problemas associados, na circunstância das instituições funcionarem corretamente."
Tiago Correia defende que as campanhas eleitorais e o processo de votação devem ser adequados à situação epidemiológica. Diz que devem ser asseguradas as condições para que as pessoas possam votar em segurança e dá exemplos de possíveis soluções, como o aumento das mesas por cada assembleia ou aumentar para dois os dias possíveis para exercer o direito de voto.
"O ato de votar não comporta riscos mais acrescidos do que outras atividades que temos no nosso quotidiano."
Sobre os números de covid-19 dos últimos dias, reconhece que "não há como fugir ao confinamento". Ainda assim, defende que só deve ser implementado caso haja rutura nos hospitais em todo o país e o grau de descontrolo da pandemia seja verificado em todo os concelhos, e não só em alguns.
"Ninguém toma a decisão de um confinamento geral de ânimo leve", refere, reconhecendo que a medida vai responder ao problema de saúde pública e que será eficaz, mas que as consequências serão "muito pesadas", tanto a nível económico, como social.