Coronavírus

Itália prolonga estado de emergência até 30 de abril

"A epidemia voltou à fase de expansão", alerta ministro da saúde italiano.

Turim, Itália
Turim, Itália
Tino Romano / EPA

O ministro italiano da Saúde anunciou hoje que o estado de emergência será prorrogado até 30 de abril e a mobilidade entre regiões será proibida também na chamada zona amarela, que até agora tinha limitações menores.

Roberto Speranza esteve no parlamento para anunciar as novas medidas que entrarão em vigor a 16 de janeiro e falou de uma situação grave no país, com uma incidência de infeções superior a 313 casos por cada 100.000 habitantes.

"Estamos no último quilómetro desta batalha, precisamos de uma colaboração leal, de um esforço unido para combater o vírus: os próximos meses serão difíceis", acrescentou, garantindo que "a união é a única forma de enfrentar a maior emergência sanitária, económica e civil desde a guerra".

Em relação às novas medidas, além de adiar o final do estado de emergência de 31 de janeiro para 30 de abril, o que permitirá ao Governo aprovar decretos com urgência, Speranza confirmou que o sistema de classificação de restrições continuará a colocar as regiões por áreas amarelas, laranjas e vermelhas.

Na zona amarela, as que tem menos restrições, as viagens entre regiões serão proibidas, os restaurantes e bares serão fechados a partir das 18:00, mas os museus permanecem abertos.

A Itália vai introduzir também a chamada zona branca, com menos limitações, para as regiões onde o índice de contágio é inferior e registam-se apenas 50 casos por cada 100.000 habitantes.

O ministro alertou que "esta semana há um agravamento generalizado da situação epidemiológica na Itália, com aumentos de internamentos em unidades de cuidados intensivos e surtos desconhecidos".

"Não se enganem: a epidemia voltou à fase de expansão", afirmou, referindo que 12 regiões estão sob alto risco e "certamente passarão a zona laranja".

Em relação à vacina, o ministro afirmou que a Itália é o país europeu com maior número de vacinações e apelou à "plena colaboração institucional e ao fim das polémicas" sobre este tema.Speranza lembrou ainda que a campanha de vacinação será "uma longa e difícil maratona e não uma corrida de velocidade" e que "ainda há muito por fazer", explicando que tudo vai depender do aumento das doses disponíveis.

Segundo o ministro, a autorização de novas vacinas como a Johnson & Johnson deverá acontecer no primeiro trimestre, sublinhando ainda os resultados "muito encorajadores" da vacina italiana ReiThera.

"Estamos a trabalhar em paralelo para organizar forças e a Itália está preparada para ter uma equipa forte: 40 mil médicos vão juntar-se ao esforço e as farmácias também vão colaborar para fornecer as vacinas", disse.

A Itália registou, na segunda-feira, 616 mortes por coronavírus, atingindo quase 80.000 (79.819) mortes, tendo contabilizando ainda 14.242 novas infeções.

Pandemia já matou mais de 1,96 milhões de pessoas no mundo

A covid-19 já matou pelo menos 1.963.557 pessoas no mundo e infetou mais de 91.574.350 desde o início da pandemia, em dezembro de 2019, segundo o levantamento realizado hoje pela agência de notícias AFP de fontes oficiais.

Desde o início da pandemia, pelo menos 56.306.300 pessoas já foram consideradas curadas.

Na terça-feira, 17.623 mortes e 737.900 novos casos foram registados em todo o mundo.

Os países que registaram o maior número de novas mortes em seus levantamentos mais recentes são os Estados Unidos com 4.473 novas mortes, México (1.314) e Reino Unido (1.243).

Portugal com 155 mortes e 7.259 casos de covid-19 em 24 horas

Na terça-feira, Portugal registou mais 155 mortes relacionadas com a covid-19 e 7.259 novos casos de infeção com o novo coronavírus, segundo o boletim Direção-Geral da Saúde.

Desde o início da pandemia, Portugal já registou 8.080 mortes e 496.552 casos de infeção pelo vírus SARS-CoV-2, estando esta terça-feira ativos mais 1.076 casos, num total de 110.388.

Quanto aos internamentos hospitalares, o boletim epidemiológico da DGS revela que estão internados 4.043 doentes, mais 60 em relação a segunda-feira, das quais 599 em cuidados intensivos, mais 32 face ao dia anterior.

As autoridades de saúde têm sob vigilância 125.296 contactos, mais 5.004 relativamente a ontem.

O boletim revela ainda que foram dados como recuperados mais 6.028 doentes. Desde o início da pandemia em Portugal, em março, já recuperaram 378.084 pessoas.

Links úteis

Mapa com os casos a nível global