Uma área de pré-triagem de ambulâncias foi instalada no Hospital Garcia de Orta, em Almada, para aliviar a pressão às urgências. Vai estar disponível todos os dias entre o 12:00 e as 20:00, altura em que a procura pela urgência é maior.
As duas tendas foram instaladas este domingo à porta do hospital de Almada, onde também se têm registado filas de espera de ambulâncias nas duas últimas semanas.
Semelhantes às do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que este fim de semana aliviaram a fila de ambulãncias à porta do hospital, estas também pretendem aliviar a pressão no acesso às urgências.
Todas as ambulâncias que cheguem ao hospital passam pela pré-triagem. Os doentes urgentes seguem para as urgências e os não urgentes, com sintomas ligeiros, são encaminhados para outras instalações de apoio na Trafaria e no Seixal.
Na área de pré-triagem vão estar um médico, um enfermeiro do INEM e uma equipa do agrupamento de centros de saúde (ACES) de Almada-Seixal.

A Presidente da Câmara de Almada, Inês de Medeiros, garantiu que todos os doentes - urgentes ou não urgentes - vão ter o apoio dos profissionais de saúde nestas tendas. "Ninguém sai daqui sem ser visto devidamente", afirmou.
Questionada sobre a possibilidade de mais tendas à porta do hospital, a autarca garantiu que a Câmara de Almada está disponível para mais apoio em caso de necessidade. No entanto, disse que neste momento não está previsto.
"Neste momento temos de ter em consideração que todos os serviços tem de ser úteis e não atrapalham o funcionamento do serviço", acrescentou, quando
O Hospital Garcia de Orta, em Almada, já elevou a taxa de ocupação a 323%. Neste momento, estão internados 242 doentes covid.
O diretor clínico do hospital Nuno Marques explica que o objetivo da pré-triagem é reduzir significativamente as filas de ambulâncias. "A grande dificuldade que temos tido - apesar de todo o investimento feito na criação de enfermarias - é a pressão assistencial, que é muita e rapidamente as vagas ficam preenchidas".
Numa semana, o número de doentes internados nos cuidados intensivos no hospital Garcia de Orta aumentou 45%.

De norte a sul do país: como está a capacidade dos hospitais portugueses?
Os hospitais continuam bastante pressionados por causa da pandemia de covid-19. A região centro tem mais de 1.400 doentes internados e a taxa de ocupação em cuidados intensivos é superior a 90%.
No norte do país, há 1.525 doentes em enfermaria e mais de 300 nos cuidados intensivos. O Hospital São João no Porto continua ainda assim sob pressão. Os últimos dados disponíveis davam conta de 157 internamentos e 45 doentes a precisar de cuidados intensivos.
Em Braga, há 139 internados e uma cama disponível em UCI, mas o hospital garante que pode expandir até mais 12 camas.
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