Coronavírus

Covid-19. Mais de mil médicos por vacinar na zona centro

A denúncia é da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.

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A Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) fala em mais de mil médicos por vacinar. A denúncia vem com uma exigência para que não se avance para outras fases sem que todos os profissionais de saúde estejam vacinados, tal como explicou Carlos Cortes.

No início da semana, a SRCOM ofereceu a sua colaboração às autoridades para ajudar a esclarecer os "múltiplos casos suspeitos" de vacinações contra a covid-19.

A "total disponibilidade" para o apoio técnico necessário ou de outro tipo foi manifestada pelo presidente da SRCOM, Carlos Cortes, em carta ao Inspetor-Geral das Atividades em Saúde, "em face das inúmeras notícias que têm vindo a público sobre o alegado desvio às regras previamente estipuladas no Plano de Vacinação contra a covid-19", de acordo com comunicado divulgado pela instituição.

"A SRCOM tem reiteradamente criticado a subversão dos critérios, os erros e ineficiências do Plano de Vacinação contra a covid-19", adianta.

Para a "correta aplicação dos critérios de vacinação", a SRCOM reitera ainda a sua disponibilidade técnica à Administração Regional de Saúde do Centro, aos hospitais públicos, aos agrupamentos de centros de saúde e às instituições de saúde do setor privado e social.

Autarcas, dirigentes de lares, funcionários da segurança social e do INEM estão no centro dos vários casos de vacinação indevida denunciados em vários pontos do país, alguns a ser alvo de inquéritos por parte do Ministério Público.

O primeiro caso de vacinação a violar os critérios estabelecidos no plano nacional a ser denunciado envolveu José Calixto, presidente da Câmara Municipal de Reguengos de Monsaraz, que justificou ter sido vacinado na qualidade de dirigente de um lar.

Situação mais polémica verificou-se no Centro Distrital de Setúbal do Instituto da Segurança Social (ISS), cuja diretora, Natividade Coelho, apresentou a demissão, no dia 29 de janeiro, depois de na véspera a SIC ter noticiado que 126 funcionários daquele organismo público tinham sido vacinados indevidamente.

O Instituto da Segurança Social abriu um processo de averiguações urgente com vista ao apuramento dos factos e, em resposta a uma pergunta da agência Lusa, a Procuradoria-Geral da República confirmou que este é um dos casos em que, até ao momento, o Ministério Público (MP) já instaurou inquérito.

De acordo com a Procuradoria-Geral da República foram também já instaurados inquéritos relativamente aos casos que envolvem o INEM de Lisboa e o do Porto.

Vieram ainda a público alegados usos indevidos de vacinas no Centro de Apoio a Idosos de Portimão (cujos órgãos sociais foram incluídos na lista dos prioritários), no Hospital Narciso Ferreira, em Vila Nova de Famalicão, (cujo administrador incluiu a filha e a mulher na lista de profissionais prioritários).

Estão ainda a ser investigados pelo Ministério Público o lar da Santa Casa da Misericórdia de Bragança, onde terão sido vacinados todos os órgãos sociais, e a Santa Casa da Misericórdia do Montijo, cujo provedor terá incluído a mulher na lista da vacinação.

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