Coronavírus

Entrevista SIC Notícias

Covid-19. Epidemiologista defende que a testagem deve ser "o mais eficiente possível"

Elisabete Ramos considera que devem ser amplificadas as estratégias para identificar quem deve ou não ser testado.

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A reunião no Infarmed, que aconteceu esta terça-feira, ficou marcada pelas críticas à estratégia do Governo no combate à pandemia. No final do encontro, Marta Temido admitiu que o confinamento terá de ser prolongado pelo menos até ao final do mês de fevereiro. Na Edição da Tarde da SIC Notícias, Elisabete Ramos, epidemiologista, faz uma balanço desta reunião.

Uma “boa notícia” que a epidemiologista destaca é a tendência descendente que se tem registados nos últimos dias: “Conseguimos controlar e estamos a descer de uma forma ainda mais acentuada do que era previsível no início, portanto uma excelente notícia desse ponto de vista. Estamos hoje [terça-feira] um Rt à volta de 0,6”, explica.

Elisabete Ramos considera que este resultado mostra a importância que a “contenção dos contactos físicos” tem para “controlar a infeção”, uma vez que este resultado foi conseguido apenas depois de ser implementado um novo confinamento. A epidemiologista destaca ainda a importância da testagem na quebra das cadeias de transmissão.

“Não nos podemos esquecer que a testagem por si só não resolve. Isto é, para conseguirmos que a testagem seja o mais eficiente possível, também é muito importante compreender ou amplificar as estratégias para identificar melhor quem deve e quem não deve ser testado”, esclarece referindo que atualmente a taxa de positivos é de cerca de 7%.

A epidemiologista destaca que “uma das grandes dificuldades de controlar as cadeias de transmissão" são as pessoas que não apresentam qualquer sintomatologias, o que significa que "nem o próprio ou as pessoas que falam com ele suspeitam que pode estar a transmitir a doença e na realidade está a transmitir a doença”. “É aí que a testagem vai fazer a diferença”, reforça.

Sobre o alívio de medidas, Elisabete Ramos considera que "também estará em causa a forma como todos vamos viver essa possibilidade", lembrando que, quando as medidas de desconfinamento começarem a surgir, "não é expectável nem desejável que se assuma que já passamos o pior".