No final da reunião desta terça-feira no Infarmed, a ministra da Saúde admitiu que o confinamento tem de ser prolongado pelo menos até ao final deste mês de fevereiro. Marta Temido explica que, apesar das medidas estarem a produzir resultados, “é bastante evidente” que o atual confinamento se deve manter.
Prevê, por isso, um prolongamento até ao final de fevereiro e, depois disso, sujeito a avaliação. A ministra explica que só assim será possível ter uma ocupação nas Unidades de Cuidados Intensivos abaixo das 200 camas e uma incidência acumulada a 14 dias abaixo dos 60 casos por 100 mil habitantes.

Massificação dos testes rápidos antigénio
Na mesma declaração, a ministra da Saúde admite a necessidade de voltar a investir no alargamento da testagem massiva. Diz que só assim é possível perceber o estado de infeção na população.
“A testagem e rastreio são essenciais para conhecermos o estado da infeção na população. (…) Alargamento de testagem, massificação de testes rápidos antigénio são essenciais para que consigamos perceber qual o estado de circulação da infeção na população”, conclui.

A opinião dos peritos
André Peralta Santos, da Direção Geral da Saúde, considera que o nível de confinamento está a ser suficiente, mesmo nas áreas onde há uma maior prevalência da variante britânica.
Na reunião desta terça-feira do Infarmed, sobre a evolução da incidência e transmissibilidade da covid-19, também Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge, admite que a situação em Portugal só deixe de ser tão alarmante entre a segunda quinzena de março e o início de abril mas que, para isso, seria necessário manter por dois meses as atuais medidas de confinamento.
Novos casos caíram para metade na primeira semana de fevereiro
Os novos casos de covid-19 em Portugal caíram para metade na primeira semana de fevereiro quando comparados com a última de janeiro, o pior mês de sempre da pandemia.
Entre 1 de fevereiro e segunda-feira foram registados 47.403 novos casos de infeção e de 25 a 31 de janeiro o valor foi de 84.326 o que equivale a uma redução na ordem dos 56,2%.
No domingo, o virologista Pedro Simas disse que Portugal está a ter uma redução abrupta no número de novos contágios resultante do confinamento, considerando que o encerramento das escolas ocorrido há duas semanas foi determinante para este resultado.