Os grupos prioritários previstos no plano de vacinação contra a covid-19 não serão alterados apesar dos atrasos no fornecimento de vacinas, garantiu esta terça-feira o novo coordenador da `task force´.
"Não faria sentido mudar as prioridades porque não há vacinas", disse o coordenador do plano de vacinação contra a covid-19, Henrique Gouveia e Melo, lembrando que a forma como as pessoas foram priorizadas para serem vacinadas "tem muito a ver com os riscos e patologias".
Entrevistado pela TVI, Gouveia e Melo, que sucedeu a Francisco Ramos na coordenação da `task force´, mostrou-se desfavorável a que a estratificação passe a ser feita por idades, alegando estudos que defendem que "atacar as comorbilidades salva mais pessoas do que atacar por faixas etárias decrescentes".
AstraZeneca pode vir a ser administrada a pessoas com mais de 65 anos
O mesmo responsável admitiu ainda que, a manter-se um cenário de escassez de vacinas, a produzida pela AstraZeneca possa ser administrada a pessoas com mais de 65 anos.
"Tudo indica que a vacina tem qualidade, não há duvidas sobre a qualidade da vacina", afirmou, explicando que as dúvidas sobre a sua administração a pessoas com mais de 65 anos tem por base o facto de, nos ensaios, não ter havido pessoas desta faixa etária "suficientes para se considerar que ela era válida para esse grupo".

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Alargamento do prazo da 2.ª dose
Questionado sobre um possível alargamento do prazo para a toma da segunda dose da vacina o vice-almirante afirmou ser "uma solução possível", aludindo a estudos que indicam que tal não se traduz em efeitos negativos no que toca a "gerar anticorpos".
"Ainda estamos num terreno de alguma indecisão, mas de futuro pode ser um caminho", concluiu o mesmo responsável.
Em Portugal já foram recebidas 503 mil vacinas, 43 mil das quais foram para a Madeira e para os Açores e 460 mil ficaram no continente.
Destas 460 mil que estão no continente, já foram administradas 400 mil vacinas, estando em reserva 60 mil.