Mais de um ano depois de terem sido detetados os primeiros casos de covid-19, há doentes que continuam a manifestar sintomas. Chama-se “Covid Prolongada” e manifesta-se através de fatiga, confusão e, em casos mais raros, paralisia.
É o caso de Kitty, uma jovem britânica de 15 anos que, oito meses depois de ter estado infetada, passa a maioria dos seus dias na cama devido aos efeitos prolongados da infeção, que se mantêm até hoje.
Começou por ter dores de garganta e dores de cabeça. Depois, desenvolveu uma série de sintomas nos meses seguintes, incluindo dificuldade em respirar, tosse, formigueiro nas mãos e falta de força nos braços.
À Sky News conta que nem sequer conseguia pegar numa chávena de chá, manter-se acordada por muito tempo ou sentar-se para comer. A mãe conta como parecia que tinham tirado à filha os ossos do corpo: “tornou-se mole, era como se ela se tivesse transformado em fluido, foi a coisa mais estranha que já testemunhei”.
“Às vezes ela gatinhava até à casa de banho porque era mais fácil do que se levantar”, revela.
Os sintomas "assustadores": paralisia, convulsões e ansiedade
Sammie MFarland, a mãe, gere um grupo de apoio à “Covid Prolongada” nas crianças, que conta com mais de mil famílias. Um inquérito recente em que participaram mais de 300 membros do grupo descobriu que pelo menos 100 crianças foram afetadas.
A maioria descreve sintomas comuns como fatiga, dores de cabeça, dores de estômago, tonturas e dores musculares. Outros descrevem sintomas “assustadores” como paralisia, dor semelhante à de um choque elétrico, apendicite, convulsões, ansiedade, transtorno obsessivo compulsivo e mudanças extremas de humor.
“Estava tão fraca que até lavar os dentes era impossível”
Christina Barratt, de 50 anos, é outra das pessoas que continua a lutar contra a covid-19, meses depois de ter estado infetada.
“Houve alturas em que achei que não ia passar daquela noite. O meu corpo estava tão fraco que parecia que se estava a desligar. Gatinhava até à cozinha. A cada mês que passava, novos sintomas surgiam”, contou.
Entre os sintomas que experienciou a longo prazo, aponta sobretudo a “confusão mental” e o formigueiro por todo o corpo.
“Tento ser realista e dizer a mim própria que isto pode durar dois anos – quem sabe? Tento não pensar muito no facto de que pode nunca desaparecer”.