As forças de segurança, bombeiros e membros de órgãos de soberania deixaram de ser prioritários para assegurar a vacinação aos mais velhos e a quem tem problemas graves de saúde: a pessoas com 80 ou mais anos e entre os 50 e os 79 anos com doenças crónicas.
O plano foi redefinido devido aos atrasos nas entregas de vacinas contra a covid-19. Estes constrangimentos são internacionais, com atrasos sucessivos dos laboratórios. O coordenador da vacinação, o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, diz que a prioridade é salvar vidas.

PSP "totalmente desconsiderada"
O Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) admitiu esta sexta-feira que está a ponderar avançar com uma providência cautelar para suspender a decisão de afastar os polícias do grupo de profissionais prioritários no plano inicial de vacinação contra a covid-19. Argumenta que a decisão pode pôr em causa a capacidade operacional da PSP.
Na SIC Notícias, Armando Ferreira, presidente do Sinapol, considerou que a medida é inadmissível e que a Polícia de Segurança Pública (PSP) foi "totalmente desconsiderada". Lembrou também que os profissionais, tanto da PSP como GNR, estão no terreno a combater a pandemia.
"Não podemos pensar que os profissionais da PSP estão a ser egoístas. Continuam todos os dias no terreno a lutar para conter esta pandemia", afirmou.
"Profissionais em interação com pessoas que podem estar infetadas"
Já a Associação Sindical dos Profissionais da Policia reconhece que a alteração no plano de vacinação contra a covid-19 tem de ser encarada com "alguma sensibilidade" por parte dos agentes, devido à escassez de vacinas.
No entanto, Paulo Santos, responsável da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, lamenta que tenham tido conhecimento das alterações do plano através dos órgãos de comunicação social.
"Estamos a falar de profissionais que estão diariamente em interação com pessoas que podem estar infetadas", salientou.
GNR em contacto com pessoas de risco
A Associação dos Profissionais da Guarda da GNR mostra-se preocupada com alteração no plano de vacinação e lembra que os profissionais vão estar em contacto com pessoas de risco.
César Nogueira lamentou que os profissionais da GNR não tenham sido informados pela tutela.
"Não tivemos um contacto que seja por parte da tutela a transmitir e a dizer o porquê da situação", contou.
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Garantia de 50% dos bombeiros vacinados
Já o presidente da Liga Bombeiros Portugueses diz ter recebido garantias de que não há alterações em relação à vacinação de 15 mil bombeiros, que representa 50% dos operacionais.
"Vão ser vacinados até ao final desta semana ou no máximo até ao início da próxima. Fiquei de alguma forma descansado", disse.
No entanto, em entrevista à SIC Notícias, Jaime Marta Soares pede que todos os bombeiros seja vacinados contra a covid-19.
"Não chegam doentes aos hospitais se não forem os bombeiros a transportá-los", lembrou o responsável.
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