Coronavírus

"É muito provável que haja estado de emergência" até maio

Presidente da República defende que estado de emergência acompanhe o desconfinamento.

"É muito provável que haja estado de emergência" até maio
ANDRE KOSTERS

O Presidente da República admitiu esta segunda-feira que o país poderá manter-se em estado de emergência até ao final do maio, mesmo com o plano de desconfinamento em vigor.

"Havendo um plano de desconfinamento até maio quer dizer que há atividades confinadas parcialmente até maio. E, portanto, é muito provável que haja estado de emergência a acompanhar essa realidade, porque o estado de emergência legitima aquilo que, com maior ou menor extensão, são restrições na vida dos portugueses", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, em Lisboa.

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O Presidente da República, que falava no final de uma visita à Escola Básica Parque Silva Porto, em Benfica, deu como certa a renovação deste quadro legal durante esta semana: "Eu decretarei a renovação do estado de emergência e falarei depois ao país".

O diploma "será sensivelmente igual ao decreto anterior", adiantou Marcelo Rebelo de Sousa.

Antes, o chefe de Estado referiu que na terça-feira de manhã haverá nova sessão com especialistas sobre a evolução da covid-19 em Portugal e que nessa tarde começará a ouvir os partidos com assento parlamentar, até quarta-feira, sobre a renovação do estado de emergência.

Marcelo apoia retoma do ensino presencial e espera abertura sem "avanços e recuos"

A visita do Presidente da República a uma uma escola básica em Lisboa ocorreu em sinal de apoio à retoma do ensino presencial como "peça essencial no processo de abertura", que disse esperar que não seja de "avanços e recuos".

Uma semana depois da reabertura de creches, jardins de infância e escolas do primeiro ciclo, Marcelo Rebelo de Sousa esteve cerca de duas horas na Escola Básica Parque Silva Porto, em Benfica, que tem ensino bilingue de alunos surdos.

Segundo o chefe de Estado, esta visita "quer significar a importância do ensino presencial, do convívio presencial" e "para isso foi escolhida uma escola, um agrupamento escolar muito especial", que "é um exemplo de integração a todos os níveis e também de afirmação do papel da escola".

"A escola tem um papel essencial. Foi bem escolhido da parte do Governo - e teve o apoio do Presidente da República - o ser a escola uma peça essencial no processo de abertura", afirmou aos jornalistas.

MANUEL DE ALMEIDA

Marcelo Rebelo de Sousa participou em trabalhos de artes plásticas, numa aula de percussão com alunos surdos e assistiu sentado entre as crianças à Hora do Conto com língua gestual, no final da qual um rapaz lhe perguntou: "Por que é que tu fechaste as lojas?".

"Estão quase a abrir. A algumas já se pode ir comprar, mas qualquer dia já podem abrir mais, depois das férias da Páscoa já abrem mais", respondeu o Presidente da República.

Em declarações à comunicação social, o chefe de Estado quis deixar "uma palavra de esperança" em relação ao processo de desconfinamento e manifestou o desejo de que "seja possível depois da Páscoa ir abrindo de acordo com o calendário já conhecido as escolas de todo o país, e a atividade social, comunitária, económica de todo o país".

"Para isso é fundamental que os portugueses, quer no período que se avizinha da Páscoa, quer depois, com a abertura progressiva, compreendam a importância do passo que está a ser dado. Todos nós queremos que seja um passo o mais definitivo possível, que não seja um avanço para um recuo, porque já tivemos a experiência de avanços e recuos", acrescentou.

MANUEL DE ALMEIDA

"A UNIÃO EUROPEIA É UMA UNIÃO, NÃO UM SOMATÓRIO DE EGOÍSMOS"

Sobre a suspensão da vacina da AstraZeneca, o Presidente da República deixou críticas aos países por terem decidido por si mesmos interromper a administração de vacinas e insistiu que é preciso atuar em conformidade no plano europeu.

Marcelo Rebelo de Sousa revelou ainda que já recebeu as duas doses da vacina da Pfizer.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, durante uma visita ao Centro Cultural Islâmico do Porto. Esta visita faz parte do programa do dia da posse para o segundo mandato do Presidente da República.
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