A presidente da Comissão Europeia diz que a AstraZeneca não pode exportar vacinas enquanto não cumprir as entregas aos europeus. Na cimeira de líderes desta quinta-feira, os 27 não descartam recorrer ao bloqueio de exportações, mas com cautelas e só se for necessário.
Com o número de casos de covid-19 de novo a subir na Europa, os 27 repetem que é preciso acelerar a produção de vacinas e garantir que as farmacêuticas com as quais foram fechados contratos cumprem as entregas.
“Recorrendo a todos os instrumentos, incluindo a proibição de exportações se tal vier a ser necessário, mas salvaguardando sempre as cadeias de fornecimento que são indispensáveis assegurar, que é para o bom funcionamento da indústria quer na Europa, quer fora da Europa”, afirmou António Costa.
O recado, partilhado pela presidente da Comissão Europeia, é para as empresas que estão a falhar e a comprometer o ritmo de vacinação.
"É o caso da AstraZeneca. Acho que é claro para a empresa que primeiro tem de recuperar e honrar o contrato com os Estados Membros da União Europeia antes de poder voltar a exportar vacinas", disse Von der Leyen.
Falta saber se a ameaça passa à prática. As exportações para o Reino Unido estão na mira. Londres já recebeu mais de 20 milhões de doses do bloco europeu. Os 27 querem reciprocidade e garantir que não são os únicos a pagar as quebras de produção da AstraZeneca.
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