A pandemia agravou desigualdades e falhas estruturais, mas também evidenciou a capacidade de adaptação dos serviços públicos, com respostas eficazes em vários domínios. São conclusões do relatório "Governar em estado de emergência", feito pelo ISCTE e citado pelo jornal Público.
Dezasseis investigadores analisaram 13 áreas setoriais, desde a saúde, educação, finanças, justiça, transportes, habitação e até democracia para avaliar o Estado da Nação este ano.
Segundo o relatório, "o estado de emergência pode ser uma solução em tempos de pandemia, mas é um risco para a democracia", porque pode haver a tentação de se prolongarem medidas restritivas para além do necessário.
Já na saúde e educação são apontadas fragilidades que exigem respostas estruturais. Na saúde pelo excesso de mortalidade e na educação pelos recordes europeus no número de semanas sem aulas.
O relatório deixa ainda um aviso: se Estado não reforçar a capacidade de regulação do setor privado da saúde, o Serviço Nacional de Saúde corre o risco de se transformar numa "central de compras" de negócios privados, e dá o exemplo da ADSE.
Veja também:
- Primeiro-ministro abre quase quatro horas de debate na AR sobre o Estado da Nação
- Debate do Estado da Nação. Todos os partidos da oposição criticam atuação do Governo
- Rui Rio ausente do debate do Estado da Nação
- Debate do Estado da Nação. PS destaca que país se reinventou e realça "ausência de oposição"