Cerca de 93% dos 90 pacientes graves infetados com covid-19 tiveram alta médica em cinco dias depois de terem sido tratados com um novo medicamento desenvolvido por uma equipa israelita.
O fármaco, que está na fase 2 de testes, está a ser administrado em vários hospitais gregos desde fevereiro. Os resultados desta fase vêm confirmar os da fase 1, conduzidos em Israel, no inverno passado, em 30 pacientes. Vinte e nove dos pacientes terão recuperado da doença em poucos dias, revela o Jerusalem Post.
“O principal objetivo do estudo foi verificar se o medicamento é seguro. Até hoje não registamos nenhum efeito colateral significativo em nenhum dos pacientes”, disse o investigador Nadir Arber, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do fármaco.

O medicamento foi desenvolvido a partir de uma proteína que Arber estuda há 25 anos, chamada CD24. Segundo o investigador, alguns pacientes têm tendência a piorar depois de cinco a 12 dias da infeção. Isto acontece porque há uma reação exacerbada do sistema imunitário - também conhecido como tempestade de citocinas. No caso de pacientes com covid-19, o sistema começa a atacar células saudáveis nos pulmões.
A proteína CD24, alojada na membrana das células, tem como função regular o mecanismo responsável pela tempestade de citocinas. De acordo com Arber, o tratamento visa equilibrar a reação do organismo.
Cerca de 155 pacientes com covid-19 irão participar no estudo. A fase 3 será realizada em Israel, mas poderá vir a ser alargada a outros países caso o número de pacientes se revele insuficiente.
Se os resultados forem positivos, o tratamento poderá ser disponibilizado rapidamente e a baixo custo, garantiu o investigador, acrescentando que pretende que o estudo seja concluído até ao final do ano.
- Covid-19. EUA registam número máximo de crianças hospitalizadas
- Covid-19. Certificado sanitário já está a funcionar em 30 países
- Eficácia da vacina. Perda de imunidade é superior em quem não teve contacto com o vírus
- Covid-19. União Europeia ultrapassa Estados Unidos em percentagem de população vacinada