A Dinamarca, após quase dois meses sem restrições de combate à pandemia de covid-19, vai reimpor a obrigatoriedade de apresentação de passe sanitário, devido ao forte aumento de novos casos da doença, anunciou esta segunda-feira a primeira-ministra.
"A Comissão sobre as Epidemias recomendou ao Governo que classifique a covid-19 como uma doença ameaçadora para a sociedade e reimponha o passe sanitário. O Governo vai seguir esta recomendação", indicou a chefe do executivo dinamarquês, Mette Frederiksen, em conferência de imprensa.
No final da semana passada, as autoridades da saúde alertaram para o risco de "sobrecarga" dos hospitais do país por causa do "risco de covid-19, de gripe e de outras doenças infeciosas".
"As autoridades da saúde esperavam que mais pessoas fossem infetadas [com covid-19] e hospitalizadas, mas as coisas aconteceram mais depressa que o previsto", disse Frederiksen.
Esta segunda-feira, pelo quinto dia consecutivo, mais de 2.000 novos casos foram registados no reino nórdico de 5,8 milhões de habitantes, onde 36 pessoas estão internadas nas unidades de cuidados intensivos.
O passe sanitário será reintroduzido nomeadamente nos bares e restaurantes e nas discotecas.
"Pode viver-se com o passe sanitário. Permite-vos ter o espírito tranquilo quando forem ao cinema ou a um concerto", assegurou a primeira-ministra dinamarquesa.
A reimposição do passe tornará o quotidiano "mais difícil para aqueles de vós que não estão vacinados. É assim que penso que deverá ser", afirmou.
Pioneira na imposição do passe sanitário, a partir da primavera deste ano, a Dinamarca suprimiu-o a 10 de setembro, numa altura em que o número de novos casos de covid-19 era quatro vezes inferior aos números atuais.
No país, 85,9% dos maiores de 12 anos receberam as duas doses da vacina.
A covid-19 causou pelo menos 5.047.055 mortes em todo o mundo, entre mais de 249,76 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse, com base em dados oficiais.
Em Portugal, morreram, desde março de 2020, 18.209 pessoas e foram contabilizados 1.098.125 casos de infeção, de acordo com dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.