Coronavírus

Covid-19: ocupação de cuidados intensivos atinge 56% e Algarve já está no limite

Mais 11% de doentes internados em UCI em relação à semana anterior.

Covid-19: ocupação de cuidados intensivos atinge 56% e Algarve já está no limite
Manu Fernandez

Portugal continental tem 56% das camas de cuidados intensivos destinada a doentes covid-19 ocupadas e a região do Algarve já "atingiu o limiar de alerta de ocupação", indicam as "linhas vermelhas" da pandemia divulgadas esta sexta-feira.

"O número de casos de covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente revelou uma tendência crescente, correspondendo a 56% (na semana anterior foi de 50%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas", indica a análise de risco da pandemia, dando conta que estavam internados em UCI a 08 de dezembro 142 doentes

O relatório semanal da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) avança que na última semana observou-se um número crescente de doentes internados em UCI, mais 11% em relação à semana anterior.

Por regiões

Segundo o relatório, as regiões do Centro e do Norte têm uma ocupação em percentagem do nível de alerta acima do limiar de 66%, traduzindo uma ocupação moderada.

A região Norte tem uma ocupação de 69% nas UCI, o Centro está com 79%, Lisboa e Vale do Tejo 36% e Alentejo 36%.

As "linhas vermelhas" realçam que a região do Algarve atingiu o limiar de alerta de ocupação em UCI, tendo já chegado aos 100%.

Por grupos etários

O grupo etário com maior número de casos de covid-19 internados em UCI é o dos 60 aos 79 anos, totalizando 92 casos neste grupo etário, no qual se observa uma tendência crescente a partir das primeiras semanas de outubro.

"Nas últimas semanas, o grupo etário dos 40-59 anos apresenta também tendência crescente", indica ainda este documento.

Mortalidade aumenta 28% e está em"tendência crescente"

A mortalidade por covid-19 apresenta uma "tendência crescente", tendo aumentado 28% em relação à semana anterior.

"A 1 de dezembro de 2021, a mortalidade específica por COVID-19 registou um valor de 21,8 óbitos em 14 dias por 1 000 000 habitantes, o que corresponde a um aumento de 28% relativamente à semana anterior (17,0 por 1 000 000), e uma tendência crescente", precisa o relatório semanal da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).

A taxa de mortalidade revela "um impacto elevado da pandemia na mortalidade".

A análise de risco da pandemia salienta também que "este valor é superior ao limiar de 20,0 óbitos em 14 dias por 1 000 000 habitantes, definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças".

A DGS e o INSA dá igualmente conta que a análise dos diferentes indicadores revela uma atividade epidémica de SARS-CoV-2 "de intensidade elevada, com tendência fortemente crescente a nível nacional".

"A pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são elevados, e com tendência crescente, revelando assimetrias regionais. A emergência de uma nova variante de preocupação (Ómicron) e o aproximar da época festiva suporta a necessidade de reforçar a vigilância epidemiológica, virológica e do controlo de fronteiras em Portugal, até serem conhecidas mais informações", alerta ainda o relatório.