A empresa de biotecnologia Moderna anunciou hoje que a dose de reforço da sua vacina contra a covid-19, além das iniciais duas doses, é essencial para combater a variante Ómicron.
Em comunicado, a empresa norte-americana avança que os dados preliminares dos testes em laboratório demonstram que a dose de reforço da sua vacina com tecnologia mRNA garante proteção contra Omicron e que a versão atual da vacina continuará a ser a "primeira linha de defesa" da Moderna.
Dose duplicada de reforço eleva 80 vezes os níveis de anticorpos pré-reforço
“O reforço atualmente autorizado de 50 µg [microgramas] de mRNA-1273 aumentou os níveis de anticorpos neutralizantes contra a Ómicron em aproximadamente 37 vezes em comparação com os níveis de pré-reforço”, refere a empresa no comunicado.
Os níveis de proteção podem subir consideravelmente se a dose for duplicada:
“Uma dose de 100 µg de mRNA-1273 aumentou os níveis de anticorpos neutralizantes em aproximadamente 83 vezes em comparação com os níveis de pré-reforço”.
Vacina específica contra a Ómicron prevista para 2022
A empresa disse ainda que a decisão de se concentrar na atual vacina - mRNA-1273 - foi motivada pela rapidez com que a variante descoberta recentemente se está a espalhar, mas adiantou que planeia desenvolver uma vacina específica para proteger contra a Ómicron e espera avançar para os testes clínicos no início do próximo ano.
"O que temos disponível agora é a [mRNA]1273. É altamente eficaz e extremamente segura", garantiu Paul Burton, diretor médico da Moderna, citado pela agência Reuters. "Acho que protegerá as pessoas durante o período de férias que se aproxima e durante os meses de inverno,altura em que teremos uma maior pressa da Ómicron".
Estes dados, que ainda não foram revistos pelos pares, foram obtidos através de testes ao sangue de pessoas que receberam a vacina
Mais de 5,3 milhões de mortos no mundo
A covid-19 provocou pelo menos 5.311.914 mortes em todo o mundo, entre mais de 270 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.778 pessoas e foram contabilizados 1.225.102 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como "preocupante" pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em cerca de 30 países de todos os continentes, incluindo Portugal.
LINKS ÚTEIS
- Atualização semanal da execução do Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19
- Covid-19 DGS - relatórios de situação diários
- Covid-19 DGS/Ministério da Saúde - mapa dos números
- ECDC - listagem que permite seguir o número de vacinas já administradas na Europa
- Universidade de Oxford - dados sobre evolução da vacinação contra a covid-19
- Bloomberg - listagem que permite seguir o número de vacinas já administradas no mundo
- London School of Hygiene & Tropical Medicine - gráfico que mostra o progresso dos projetos de vacinas
- Agência Europeia dos Medicamentos (EMA)
- Especial sobre o novo coronavírus / Covid-19
- Linha SNS24
- Direção-Geral da Saúde (DGS)
- Organização Mundial da Saúde (OMS)
- ECDC - Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças