O aumento da testagem e a falta de resposta da linha SNS24 estão a entupir as urgências dos hospitais de Lisboa e Porto com casos não urgentes. A verdade é que muitos utentes são encaminhados pela própria linha de apoio.
A bola cresceu com picos de testagem, com laboratórios à pinha, farmácias sem mãos a medir e aumento de positivos. Sem meios para travar o embate, a bola de neve esbarrou nas urgências dos hospitais.
Num dia normal, o Hospital Amadora-Sintra costuma ter 40% de falsas urgências. De 12 a 25 de dezembro, houve um acréscimo de 500 pessoas. Nas urgências respiratórias, mais de metade nunca lá devia ter ido.
O caso mais grave é, talvez, o do São João, no Porto. Esta segunda-feira, atingiu a segunda afluência mais elevada nos últimos 10 anos. Em 41% dos utentes adultos admitidos, quase metade eram não urgentes
Na página da Direção-Geral da Saúde, continuam anunciados postos de colheita nessas mesmas unidades hospitalares.
Também o Hospital Garcia de Orta, em Almada, e o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, sofrem de afluências muito pouco urgentes.
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