Coronavírus

Covid-19: União Europeia não vai exigir testes a passageiros oriundos da China

Em sentido oposto, EUA e Itália já anunciaram restrições a viajantes.

Loading...

Estados Unidos e Itália juntaram-se à lista de países que exigem testes à covid-19 a quem chega da China. A União Europeia, em sentido contrário, absteve-se esta quinta-feira de seguir a decisão das duas nações.

Depois de Itália, também os Estados Unidos anunciaram ontem que pretendem testar todos os cidadãos que cheguem aos aeroportos nacionais provenientes da China, a partir da próxima semana.

Juntam-se assim a outros países como o Japão ou a índia, que já tinham confirmado a imposição de restrições idênticas. Os Governos justificam a decisão com o receio de novas variantes e com as dúvidas sobre os dados epidemiológicos divulgados pelas autoridades de Pequim.

UE não atende exigências italianas

Perante o aumento dos surtos no país asiático, a Comissão Europeia convocou uma reunião para procurar uma abordagem coordenada sobre a matéria.

Considerando a relutância de vários países e peritos europeus, o Comité de Segurança de Saúde dos 27 assegurou que vai continuar as conversações sobre a procura de uma abordagem comum às regras de viagem, mas sem agir para já, como pedia a Itália.

A variante BF.7 da Ómicron, a predominante na China, já circulava na Europa e a sua ameaça não cresceu significativamente, sustentou a Comissão, que reuniu os altos responsáveis da saúde dos 27 que integram o Comité.

Embora os peritos em vírus na UE tenham minimizado o perigo imediato, a Itália tornou obrigatórios os testes ao coronavírus para quem chega da China aos seus aeroportos.

O apelo de Milão

Mais de 50% das pessoas rastreadas à chegada ao aeroporto de Malpensa, em Milão, nos últimos dias, deram positivo para o vírus.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, aumentou a pressão sobre a UE para aderir à abordagem do seu governo, dizendo que a Itália testar todos os passageiros da China "só é eficaz se [tal] for feito a nível europeu", notando que muitos chegam em voos de ligação através de outros países europeus.

Levantamento das restrições na China

O Governo chinês insiste que o levantamento repentino das restrições, num país onde até agora vigorava um política de zero casos, foi definido com base em critérios científicos.

A explosão recente de novos casos está a pôr à prova os serviços de saúde e os hospitais tentam, como podem, aumentar a capacidade.

A pressão sente-se também nos serviços funerários e nas farmácias onde vários medicamentos começam a escassear. Peritos internacionais admitem que mais de um milhão de pessoas possa vir a morrer no próximo ano na china com covid-19.

Portugal não reforça medidas

Portugal não prevê o reforço das medidas de controlo e mitigação da pandemia, de acordo com uma resposta escrita a questões da agência Lusa, na quarta-feira, a propósito do aumento das infeções por SARS-CoV-2 na China.

O Ministério da Saúde assegurou que as autoridades portuguesas estão a acompanhar a situação epidemiológica "em articulação com os parceiros europeus e organismos internacionais, nomeadamente no âmbito da atividade do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças".