O governo espanhol anunciou na sexta-feira a introdução de controlos nos aeroportos para viajantes provenientes da China para garantir que não sejam portadores do vírus SARS-CoV-2.
Numa breve conferência de imprensa em Madrid, a ministra da Saúde, Carolina Darias, indicou que a estes viajantes seria pedido "o comprovativo de que estão negativos (...) ou que têm o esquema vacinal completo" contra a covid-19.
Esta decisão do governo de Pedro Sánchez segue-se ao levantamento das restrições sanitárias por parte das autoridades chinesas, que resultou numa explosão de casos de covid-19 na China.
Ocorre também no dia seguinte a uma reunião informal em Bruxelas convocada pela Comissão Europeia com o objetivo de encontrar “uma abordagem coordenada” dos Estados-Membros, mas que não conduziu a nenhuma decisão num sentido ou no outro.
De todos os países membros da UE, a Espanha é, depois da Itália, o que mais foi atingido em março de 2020 pela pandemia de covid-19. O governo espanhol impôs um confinamento muito rigoroso que marcou profundamente a população.
Antes da Espanha, apenas a Itália, entre as 27 da UE, tomou a decisão nos últimos dias de exigir testes negativos aos passageiros que chegam da China. Fora da UE, os Estados Unidos e o Japão já fizeram o mesmo.
"O principal motivo de preocupação é (...) a possibilidade de que novas variantes não controladas possam aparecer na China", disse Darias.
Disse ainda que a Espanha pretende "convocar uma reunião de alto nível da União Europeia" para alcançar “uma resposta política integrada à crise”.
“Sabemos a importância de atuar de forma coordenada, mas também a importância de agir rapidamente”, continuou a ministro, referindo-se à “situação sanitária deste país”, que pagou um preço muito alto para a pandemia.
“Por isso, vamos insistir na necessidade de rever as recomendações para solicitar o certificado digital covid ou equivalente aos viajantes provenientes da China”, acrescentou Darias, especificando que a Espanha queria que isso fosse feito “a nível europeu” .
Esta medida constituiria "a melhor garantia de segurança para todos", afirmou.
Num comunicado divulgado na quinta-feira, o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças (ECDC) disse que a introdução da triagem obrigatória para Covid-19 na União Europeia para viajantes que chegam da China seria "injustificada".
Os países da UE "têm níveis relativamente elevados de imunização e vacinação" e "variantes que circulam na China já circulam na UE", explicou o Centro, considerando que tal medida não era necessária a nível da UE no seu todo.
Apesar da explosão no número de casos, as autoridades chinesas anunciaram que terminariam com as quarentenas obrigatórias à chegada à China em 8 de janeiro e permitiriam que os chineses voltassem a viajar para o estrangeiro, após três anos de isolamento.