A Organização Mundial de Saúde (OMS) estimou hoje que o surto de casos de covid-19 na China não venha a ter um impacto significativo na Europa porque as variantes que aí circulam já existem no continente europeu.
"Não se espera que o atual aumento na China tenha um impacto significativo na situação epidemiológica da covid-19 na região europeia", disse o diretor regional da OMS, Hans Kluge, numa conferência de imprensa online.
Kluge pediu ainda aos países europeus que tomem medidas "proporcionais e não discriminatórias" em relação aos viajantes da China.
Vários países têm estado a exigir um teste negativo para os viajantes oriundos da China e muitos desaconselham viagens desnecessárias a esse país.
Na semana passada, a União Europeia incentivou fortemente os seus Estados membros a impor a triagem realizada na China antes do voo e incentivou os 27 a complementarem o teste negativo com "testes aleatórios" à chegada a solo europeu.
Segundo a OMS, os 53 países da região europeia que se estende até a Ásia Central, graças principalmente ao alto índice de vacinação, estão bem equipados para lidar com a covid-19.
"No início de 2023, a região (..) está realmente em posição muito boa. Temos uma forte proteção populacional, em parte graças às ondas de contágio natural que ocorreram, mas acima de tudo graças a uma excelente adesão geral às vacinação”, disse Catherine Smallwood, Gerente de Emergência da OMS Europa.
No entanto, é importante manter um alto nível de vigilância, segundo a organização da ONU.
“Após três longos anos de pandemia, quando muitos países lutam com sistemas de saúde sobrecarregados, escassez de medicamentos essenciais e uma força de trabalho de saúde exausta, não nos podemos dar ao luxo de colocar mais pressão nos nossos sistemas de saúde”, insistiu Kluge.
"Essa ameaça pode vir de uma nova variante de preocupação, em qualquer lugar, a qualquer hora - inclusive aqui na Europa e na Ásia Central. Com base nas lições aprendidas, precisamos ser capazes de antecipar, detetar e reagir a tempo", concluiu.
OMS reúne-se a 27 de janeiro para decidir se covid-19 ainda é uma emergência global
Um comité da Organização Mundial da Saúde vai reunir-se a 27 de janeiro para avaliar se a pandemia de covid-19 ainda representa uma emergência global, disse um porta-voz nesta terça-feira, três anos depois de ter sido declarada a pandemia.
A porta-voz da OMS, Carla Drysdale, confirmou o momento da reunião numa conferência de imprensa em Genebra.
O Comité de Emergência aconselha o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, que decide então se um surto representa uma Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional, que é o mais alto nível de alerta da agência da ONU.
Vários cientistas importantes e conselheiros da OMS dizem que pode ser muito cedo para declarar o fim da fase de emergência pandémica de covid-19 por causa dos altos níveis de infeções na China, que terminou a sua política de covid-zero no mês passado.
