"Podemos dizer que 800 pessoas morreram", declarou Carlotta Sami, porta-voz do ACNUR em Itália, a partir da Sicília.
Representantes do ACNUR e da Organização Internacional para as Migrações (OIM) indicaram ter entrevistado a maioria dos sobreviventes que chegaram ao porto de Catania, no sul da Sicília, por volta da meia-noite (23:00 de segunda-feira em Lisboa).
"Confrontamos os testemunhos, havia pouco mais de 800 pessoas a bordo, incluindo crianças com idades entre 10 e 12 anos", disse Carlotta Sami.
A traineira, que zarpou da Líbia no domingo com destino a Itália, transportava imigrantes oriundos nomeadamente da Síria, Eritreia, Somália, Mali, Gâmbia, Senegal e Bangladesh.
Todos foram levados para centros de acolhimento da região.
Segundo relatos de sobreviventes, recolhidos pelo ACNUR e pela OIM, a traineira voltou-se depois de um navio de português se ter aproximado respondendo a uma chamada de socorro, causando uma debandada.
A guarda costeira italiana, que informou terem sido recuperados 24 corpos, não confirmou o balanço invocado pelos sobreviventes.
A polícia italiana anunciou, esta noite, que dois dos 28 sobreviventes (um tunisino e um sírio), alegadamente o capitão e um membro da tripulação do barco, foram detidos, por suspeita de pertencerem a um grupo de tráfico de seres humanos que terá organizado a trágica viagem.
A União Europeia decidiu, esta segunda-feira, realizar uma cimeira extraordinária na próxima quinta-feira para responder ao drama dos imigrantes no Mediterrâneo, após uma série de naufrágios que fizeram mais de 1.600 mortos ou desaparecidos desde o início do ano, de acordo com dados da ONU.
Lusa