"Temos que construir uma `Fortaleza Europa´", disse a política democrata-cristã, na localidade austríaca de Spielfeld, na fronteira com a Eslovénia, onde visitou um local de acolhimento de refugiados, juntamente com o ministro da Defesa, o social-democrata Gerald Klug, informou hoje a agência de notícias austríaca APA.
Segundo a APA, é a primeira vez que alguém dá uma conotação positiva ao termo "Fortaleza Europa", ao usá-lo para definir uma meta a alcançar.
A origem do termo vem da época da II Guerra Mundial, quando era usada para se referir às zonas ocupadas pelo regime nazi, e logo foi convertida pelos meios de comunicação numa definição crítica da política da UE de endurecer a restrição à entrada dos migrantes e refugiados.
Além do fortalecimento das fronteiras, Mikl-Leitner sublinhou a necessidade de se estabelecer "hotspots" -- centros de acolhimento e registo de migrantes nos países comunitários com fronteiras externas - e de dividir os aspirantes a asilo por toda a UE e advertiu que , se não for melhorada a defesa das fronteiras exteriores, não será possível controlar a situação a médio prazo.
A ministra declarou que na fronteira de Spielfeld é esperada a chegada de cerca de 10 mil refugiados da Eslovénia na tarde e noite de hoje, o que requererá o apoio de pelo menos 900 polícias e soldados.
No entanto, disse que não é possível deter unicamente com medidas policiais milhares de pessoas que fogem de conflitos violentos em países como a Síria, Afeganistão, Iraque e Eritreia e que buscam um lugar seguro para viver na Europa.
Desde 5 de setembro passado, quando começou a entrada de dezenas de milhares de refugiados no país, a Áustria mantém uma política de portas abertas para estas pessoas, que usam o seu território para alcançar a Alemanha.
Como apenas uma minoria dos refugiados pedem asilo à Áustria, o chanceler austríaco, Werner Faymann, coordenou-se com a sua homóloga alemã, Angela Merkel, para dar passagem aos refugiados pelo seu país.
No final de setembro, com o reforço dos controles de fronteira entre a Alemanha e a Áustria, também os austríacos ordenaram um maior controlo nas fronteiras com a Eslovénia e Hungria, mas sem chegar a proibir a entrada dos migrantes.
Nem a Alemanha e nem a Áustria tem fronteiras externas na UE.
Lusa