"É verdade que temos um compromisso que não alcançámos, mas também temos de tomar em consideração que temos mais um ano para o cumprir e eu comprometo-me a que, no fim desse ano, a Espanha cumprirá esses compromissos", disse Alfonso Dastis na sessão de perguntas ao Governo realizada no Congresso dos Deputados (parlamento).
O chefe da diplomacia espanhola respondia a uma pergunta do deputado socialista Meritxell Batet sobre as medidas a adotar para enfrentar a situação de emergência humanitária de refugiados na Europa.
"O compromisso da Espanha era [receber] 17.337 [refugiados], um número ridículo", disse o deputado, que em seguida recordou que o país só tinha até agora recebido 700 refugiados em comparação com os 43.570 da Alemanha e os 39.532 do Canadá.
A União Europeia decidiu, em setembro de 2015, fixar uma quota por Estado-membro que foi rejeitada pelos países da Europa Central, que a consideram uma violação da soberania nacional.
Segundo dados da UE, dos 160 mil refugiados que estão na Grécia e em Itália e deveriam ter sido enviados para outros Estados-membros, apenas 8.162 o foram realmente.
O comissário europeu responsável pelas migrações, Dimitris Avramopoulos, declarou recentemente que é possível cumprir o prometido até setembro do próximo ano.
A crise humanitária que tem levado milhares de migrantes e refugiados a procurarem refúgio na Europa, arriscando a vida em barcos frágeis e sobrelotados, atingiu proporções inéditas em 2016 e não parece ter um fim à vista.
De acordo com o balanço da Organização Internacional para as Migrações, até 7 de dezembro o Mediterrâneo tinha visto passar pelas suas águas 352.471 pessoas, com destino à Europa, sobretudo a dois países, Grécia e Itália, mas alguns também a Espanha e Chipre.
Lusa