O fluxo de migrantes que chegam à Europa através da rota do Mediterrâneo central está a aumentar, disse o diretor da Frontex, Fabrice Leggeri, em entrevista publicada hoje num jornal alemão, em comparação aos que chegam através da rota do Mediterrâneo oriental, fluxo que está a diminuir drasticamente.
Em cada embarcação intercetada na rota do Mediterrâneo central "vão em média cerca de 170 pessoas, geralmente sem combustível nem provisões suficientes para a viagem", sendo que há "dois anos a média era de cerca de 100 migrantes" nessa situação, disse Fabrice Leggeri.
Entre janeiro e abril, apenas seis mil migrantes entraram na Europa pelo Mar Egeu, entre a Turquia e a Grécia, a rota oriental, o que supõe menos 94% de pessoas relativamente ao ano passado.
O diretor da agência europeia de fronteiras atribuiu essa queda acentuada ao acordo entre a União Europeia e a Turquia sobre os migrantes, em que a Turquia recebe no seu território refugiados e fecha a fronteira em troca de apoio financeiro europeu.
Sob este acordo, a União Europeia já devolveu à Turquia mais de mil migrantes, assinalou Fabrice Leggeri, acrescentando que não há sinais de que Ancara não esteja a cumprir o pacto, apesar das ameaças do governo turco nesse sentido.
Leggeri nota ainda que a maioria dos migrantes que chegam à Europa através da rota do Mediterrâneo central não são cidadãos da Síria, como acontece na rota oriental, mas pessoas da Costa do Marfim, da Guiné, da Nigéria e do Bangladesh.
As máfias que traficam refugiados estão a servir-se da situação caótica enfrentada pela Líbia, devastada por uma guerra civil, disse o diretor da Frontex.
Lusa