Crise Migratória na Europa

Marrocos atribui crise de Ceuta a inação da polícia espanhola

O ministro dos Negócios Estrangeiros marroquino denunciou o facto de haver um polícia espanhol por cada 100 agentes marroquinos na fronteira.

Marrocos atribui crise de Ceuta a inação da polícia espanhola
BRAIS LORENZO

O Governo de Marrocos atribuiu esta quinta-feira a crise migratória em Ceuta ao "cansaço da polícia marroquina", mas também à "total inação" da polícia espanhola na fronteira da cidade autónoma.

Na primeira referência por parte de um oficial marroquino à crise migratória em Ceuta nos últimos dias, o chefe da diplomacia de Marrocos, Nasser Burita, disse que esta vaga se deve "a um contexto de cansaço da polícia marroquina após as festividades do final de Ramadão", mas também "à total inação da polícia espanhola".

O ministro dos Negócios Estrangeiros marroquino denunciou o facto de haver um polícia espanhol por cada 100 agentes marroquinos, na área de fronteira, para explicar a entrada de cerca de 8.000 imigrantes ilegais na cidade autónoma de Ceuta, nos últimos dias.

Burita lamentou "a campanha de hostilidade" por parte dos meios de comunicação social espanhóis, públicos e privados, contra Marrocos, que na sua cobertura noticiosa da crise migratória terão usado "termos inaceitáveis, por vezes com a intervenção de altos funcionários".

Burita disse ainda que a embaixadora marroquina em Espanha, chamada a Rabat para consultas na passada terça-feira, "não regressará enquanto durar a crise, e a crise durará enquanto durarem as suas verdadeiras causas", referindo-se à permissão por parte do Governo de Madrid da entrada em Espanha do líder da Frente Polisario, Brahim Ghali.

Nasser Burita, explicou que a embaixadora em Madrid permanecerá no país, em sinal de protesto pela atitude de Madrid perante Brahim Ghali, considerando a entrada do líder da Frente Polisário em Espanha uma situação "indigna de um Estado de Direito".