Crise Migratória na Europa

Espanha e Marrocos trocam acusações enquanto o destino de milhares permanece num limbo

Tensão diplomática entre Espanha e Marrocos continua a aumentar.

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Espanha e Marrocos trocam acusações por causa da crise migratória que há duas semanas levou milhares de pessoas a cruzar a fronteira entre os dois países no enclave de Ceuta.

Para o presidente do Governo espanhol, o comportamento de Marrocos nesta crise migratória e fronteiriça é inaceitável. Pedro Sanchéz acusa o Governo marroquino de ter provocado um assalto à fronteira espanhola por causa de desentendimentos diplomáticos.

Os comentários do líder do Governo espanhol foram feitos poucas horas depois de Marrocos ter deixado muito claro que os acontecimentos na fronteira do enclave de Ceuta, no Norte de África, estão ligados à forma como Espanha tem lidado com a questão do Sahara Ocidental.

Marrocos considera que Madrid se tem mostrado favorável às pretenções da Frente Polisário, o movimento que há décadas luta pela autodeterminação do povo saharaui, num território sob domínio marroquino.

Enquanto Espanha e Marrocos jogam no tabuleiro diplomático, o destino de milhares de pessoas permanece num limbo muito real. Nos últimos dias, foram resgatadas centenas de pessoas de embarcações em risco de naufrágio junto à costa das ilhas espanholas Canárias.

Com fronteiras e oportunidades fechadas, para muitos, a arriscada travessia marítima entre o norte de África e a Europa permanece a única saída.