Na ilha grega de Lesbos, foi adiado o julgamento de 24 ativistas envolvidos em operações de resgate de migrantes. São acusados de espionagem, falsificação e tráfico de seres humanos. O processo segue para um tribunal superior por entre duras críticas da amnistia internacional e de várias ONG.
Logo na primeira sessão, o juiz de Lesbos considerou não ter competência para julgar o caso e remeteu o processo para um tribunal de instância superior. Foi com irritação que os 24 arguidos reagiram à decisão judicial.
Sean é um dos 24 ativistas julgados pelas operações de salvamento de migrantes entre 2016 e 2018. Espionagem, divulgação de segredos de Estado, tráfico de seres humanos e lavagem de dinheiro são as acusações que podem ditar, em caso de condenação, uma sentença pela justiça grega de até 25 anos de prisão.
Entre os acusados, alguns cumpriram já penas de prisão preventiva, como Sarah Mardini. Julgada à revelia por viver atualmente na Alemanha, a refugiada síria e a irmã, ambas nadadoras olímpicas, salvaram 20 migrantes de uma embarcação à deriva no mar Egeu em 2016.
Também as ONG envolvidas na assistência aos migrantes apontam o dedo a Atenas e à hipocrisia da União Europeia. Consideram que o processo tem motivações políticas claras.
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