"Quero desmentir todas essas informações", declarou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, durante uma conferência de imprensa, adiantando "admirar a imaginação" dos seus autores.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), com sede em Londres, afirmou na quarta-feira à agência France Presse que pelo menos 13 pessoas tinham sido mortas num ataque aéreo russo a um hospital de campanha em Sarmine, na província de Idleb, no noroeste da Síria.
O OSDH possui uma vasta rede de fontes em todo o território sírio.
A clínica foi "significativamente danificada" pelos bombardeamentos e dois dos seus funcionários foram mortos, confirmou à AFP uma funcionária da Sociedade Médica Sírio-Norte-Americana (SAMS, na sigla em inglês), que gere a unidade, sem precisar se os ataques tinham sido efetuados por aviões russos.
"São divulgadas frequentemente falsas informações indicando como fonte o Observatório Sírio dos Direitos Humanos", disse Zakharova, ironizando: "É muito cómodo informar sobre o que se passa na Síria a partir de Londres, sem uma deslocação ao terreno".
A porta-voz lamentou que "vários media utilizem informações daquela ONG como uma fonte fiável e sólida, apesar de nos últimos dias várias das suas informações terem sido desmentidas".
A aviação russa diz ter atingido diariamente dezenas de alvos "terroristas" - do grupo radical Estado Islâmico e da Frente al-Nosra, ramo sírio da Al-Qaida - desde que iniciou a campanha na Síria, a 30 de setembro, com o acordo do regime de Damasco, do qual Moscovo é um aliado tradicional.
Países ocidentais acusam Moscovo de visar quase exclusivamente províncias onde as forças governamentais realizam ofensivas contra a oposição considerada moderada e onde não está o EI.
Segundo o OSDH, os cerca de 500 ataques já realizados pela aviação russa mataram mais de 370 pessoas, incluindo pelo menos 127 civis.
Lusa