"O momento é crucial. Até setembro temos uma janela aberta para encontrar uma fórmula que combina a luta contra o Daesh (acrónimo árabe para o Estado Islâmico) e a Al-Nosra (ramo sírio da Al-Qaida) com a transição política", disse Staffan de Mistura em Roma.
O enviado especial da ONU, que falava após se ter reunido com o chefe de diplomacia italiana, Paolo Gentiloni, considerou ainda que "a chave está numa possível aliança entre a Rússia e os Estados Unidos".
Estes dois países "demonstraram que conseguiam chegar a acordo e os outros iriam atrás deles", acrescentou.
Staffan de Mistura confirmou também "a firme intenção" do secretário-geral da ONU e a sua "de relançar as negociações da Síria (...) o mais rapidamente possível".
Há menos de duas semanas, Staffan de Mistura já tinha demonstrado esperança, na sede da ONU, na convocação de uma nova sessão de negociações de países durante o mês de julho.
"O nosso objetivo é em julho, mas não a qualquer preço nem sem garantias", afirmou depois de se ter reencontrado com o Conselho de Segurança da ONU.
Explicou que quer garantir que quando se convocarem "as negociações, haverá uma possibilidade de progressão para uma transição política em agosto".
Esta é uma das principais dificuldades das negociações entre o poder sírio e a oposição armada, que se opõe ao papel que o Presidente Bashar al-Assad desempenharia numa transição.
No início do ano, realizaram-se em Genebra duas rondas de conversações de paz indireta. Segundo os planos da ONU, as conversações deveriam de levar à criação de um órgão de transição até dia 01 de agosto, a redação de uma nova constituição e a organização de eleições em 2017.
Lusa