"A operação militar terminou em Al Raqa, mas agora levamos a cabo uma operação de limpeza para terminar com as células adormecidas do Daesh que existem na localidade", disse à agência de notícias espanhola Efe o porta-voz das FSD, o general Talal Salu.
As FSD vão publicar brevemente um comunicado proclamando oficialmente que a cidade de Al Raqa está livre de terroristas, acrescentou a mesma fonte, apesar de o porta-voz do Conselho Militar de Manbech, Shervan Darwish, cuja formação integra as FSD, ter admitido que ainda há bolsas de radicais na cidade.
"Ainda há combates no estádio municipal e nas suas imediações, e continua a operação de busca, não podemos declarar que Al Raqa está livre de todo o Daesh", disse Darwish à Efe.
O Observatório Sírio dos Direitos Humanos informou que as FSD, que contam com o apoio da coligação internacional encabeçada pelos Estados Unidos, dominam toda a cidade depois de conquistarem o estádio municipal e as suas imediações, o único reduto onde ainda havia presença do Daesh.
As FSD começaram a 06 de junho uma ofensiva sobre a cidade de Al Raqa, a antiga 'capital do califado' do Daesh, com o apoio da coligação internacional e dos efetivos das forças especiais dos EUA no terreno.
Pelo menos 3.273 pessoas morreram, das quais 1.287 civis, nos conflitos em Raqa
Entre os civis, 1.130 morreram devido a bombardeamentos da coligação internacional, liderada pelos Estados Unidos e que combate o Daesh, contra a população e as zonas da periferia a sul do rio Eufrates.
Segundo o OSDH, as outras 157 vítimas mortais civis ocorreram devido à explosão, durante a sua fuga, de minas colocadas pelos extremistas.
Já o Daesh teve um total de 1.353 baixas causadas pelos bombardeamentos e combates contra as FDS que, por sua vez, perdeu 633 combatentes.
A juntar a estas informações, a organização não-governamental 'Save the Children' alertou hoje que a crise humanitária em Raqa é "pior do que nunca".
"Cerca de 270 mil pessoas que fugiram dos combates em Raqa continuam a ter uma necessidade crítica de ajuda e os campos estão cheios de gente", disse num comunicado a diretora da ONG para a Síria, Sonia Khush.
Acrescentou que as condições nos campos onde os fugitivos de Raqa ficam são "miseráveis e as famílias não têm comida, água ou medicamentos suficientes".
Lusa