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Forças da Síria conquistam Raqa, principal bastião do Daesh

As Forças da Síria Democrática (FSD), uma aliança armada liderada por milícias curdas, anunciaram hoje que controlam totalmente a cidade de Al Raqa, mas sem confirmar o fim da presença do grupo extremista Daesh. Segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), pelo menos 3.273 pessoas morreram, das quais 1.287 eram civis, durante os mais de quatro meses da ofensiva.

Forças da Síria conquistam Raqa, principal bastião do Daesh
Erik de Castro / Reuters

"A operação militar terminou em Al Raqa, mas agora levamos a cabo uma operação de limpeza para terminar com as células adormecidas do Daesh que existem na localidade", disse à agência de notícias espanhola Efe o porta-voz das FSD, o general Talal Salu.

As FSD vão publicar brevemente um comunicado proclamando oficialmente que a cidade de Al Raqa está livre de terroristas, acrescentou a mesma fonte, apesar de o porta-voz do Conselho Militar de Manbech, Shervan Darwish, cuja formação integra as FSD, ter admitido que ainda há bolsas de radicais na cidade.

"Ainda há combates no estádio municipal e nas suas imediações, e continua a operação de busca, não podemos declarar que Al Raqa está livre de todo o Daesh", disse Darwish à Efe.

O Observatório Sírio dos Direitos Humanos informou que as FSD, que contam com o apoio da coligação internacional encabeçada pelos Estados Unidos, dominam toda a cidade depois de conquistarem o estádio municipal e as suas imediações, o único reduto onde ainda havia presença do Daesh.

As FSD começaram a 06 de junho uma ofensiva sobre a cidade de Al Raqa, a antiga 'capital do califado' do Daesh, com o apoio da coligação internacional e dos efetivos das forças especiais dos EUA no terreno.

Pelo menos 3.273 pessoas morreram, das quais 1.287 civis, nos conflitos em Raqa

Entre os civis, 1.130 morreram devido a bombardeamentos da coligação internacional, liderada pelos Estados Unidos e que combate o Daesh, contra a população e as zonas da periferia a sul do rio Eufrates.

Segundo o OSDH, as outras 157 vítimas mortais civis ocorreram devido à explosão, durante a sua fuga, de minas colocadas pelos extremistas.

Já o Daesh teve um total de 1.353 baixas causadas pelos bombardeamentos e combates contra as FDS que, por sua vez, perdeu 633 combatentes.

A juntar a estas informações, a organização não-governamental 'Save the Children' alertou hoje que a crise humanitária em Raqa é "pior do que nunca".

"Cerca de 270 mil pessoas que fugiram dos combates em Raqa continuam a ter uma necessidade crítica de ajuda e os campos estão cheios de gente", disse num comunicado a diretora da ONG para a Síria, Sonia Khush.

Acrescentou que as condições nos campos onde os fugitivos de Raqa ficam são "miseráveis e as famílias não têm comida, água ou medicamentos suficientes".

Lusa