Após a reconquista pelo exército sírio de todo o enclave rebelde em Ghouta Oriental, no sábado, após dois meses de uma ofensiva que matou 1.700 civis, o grupo jihadista está agora na mira do regime.
"As forças do regime bombardearam várias posições do EI no campo de Yarmouk e Hajar al-Aswad, matando uma pessoa e ferindo várias outras", disse à Agência France Presse (AFP) Rami Abdel Rahmane, diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
"O bombardeamento e o fogo do foguete continuaram até as 03:00 da manhã" (01:00 horas em Lisboa), acrescentou. Trocas de foguetes entre os dois lados já tinham ocorrido no dia anterior, matando uma criança na parte controlada pelo regime, segundo o OSDH, que disse que pelo menos quatro soldados do exército sírio também foram mortos.
"O regime está a intensificar a pressão com uma grande ofensiva ou para obrigar o EI a evacuar esta área ", disse Abdel Rahman, segundo o qual "negociações indiretas estão a decorrer entre o regime e o grupo EI, através de intermediários locais".
O EI controla a maior parte do campo palestiniano de Yarmouk desde 2015, bem como parte dos bairros de Hajar al-Aswad, Tadamon e Qadam, no sul de Damasco.
A sua expulsão desta área permitiria ao regime controlar toda a capital e seus arredores pela primeira vez desde 2012.
Yarmouk é o maior campo palestiniano na Síria. Antes do conflito começar, era o lar de cerca de 160.000 pessoas, incluindo sírios. Hoje, apenas alguns milhares de refugiados ainda lá vivem.
Segundo o geógrafo francês Fabrice Balanche, o EI não controla mais do que 5% da área da Síria.
Lusa