O Ciudadanos, que conseguiu 40 deputados, propõe assim um "pacto por Espanha" - para realizar "reformas democráticas e urgentes" - com o vencedor das eleições, o PP (123 deputados) e com a segunda força mais votada, o PSOE (com 90 deputados).
"Proponho não reuniões bilaterais, mas uma mesa de negociação [a três] para dar estabilidade a Espanha", disse Albert Rivera em conferência de imprensa, especificando que não inclui o Podemos neste momento.
Por outro lado, o líder do Ciudadanos (centro-direita) deixou claro que não pretende um "governo a três", e sim um "acordo de mínimos" que permita arrancar a legislatura e evitar novas eleições dentro de três meses.
"Não estou a propor um governo tripartido, nem estou a falar de estar no governo, mas [um acordo entre Ciudadanos, PSOE e PP] que permita o início da legislatura, com abstenção do Ciudadanos e do PSOE", disse Albert Rivera.
Rivera acrescentou que - como se trata de um pacto de regime "pela estabilidade e unidade de Espanha" - para começar, "não falará com quem quer dividir a Espanha", numa referência à proposta do Podemos de viabilizar um referendo sobre a independência na Catalunha.
O líder do Ciudadanos - partido que as sondagens pré-eleitorais davam como fundamental em futuros acordos e que ficou aquém desse resultado - recordou ainda que as forças independentistas na Catalunha chegaram a um pré-acordo para a investidura de Artur Mas como presidente regional catalão e para reiniciar o processo soberanista na região.
Por isso mesmo, defendeu a necessidade de os partidos constitucionalistas fazerem o mesmo e atuem com "sentido de Estado" numa "legislatura excecional".
"É preciso enviar uma mensagem aos independentistas catalães: governe quem governe, a unidade dos espanhóis não é negociável e a Constituição é o único quadro de referência possível".
O Ciudadanos, partido que nasceu na Catalunha, opõe-se à independência da região face ao resto de Espanha. A força política de Rivera assumiu-se como a principal força da oposição no parlamento regional da Catalunha, mas nas eleições gerais do passado domingo a força mais votada foi a plataforma apoiada pelo Podemos (En Comú Podem).
O presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, reúne-se hoje de manhã com o secretário-geral do PSOE, Pedro Sánchez, na sede do executivo, para analisar o cenário político que resulta das eleições gerais espanholas de domingo.
Lusa