O Conselho Nacional do PSD aprovou as listas de candidatos a deputados, apesar das críticas na reunião sobre a exclusão de muitos nomes.
De acordo com fontes presentes na reunião, as listas foram aprovadas com 67 votos a favor, 21 contra e seis abstenções.
Desta forma, as listas foram aprovadas com 71% de votos favoráveis, um valor um pouco abaixo do que aconteceu há dois anos.
Em 2019, quando mais de metade dos então deputados (55%) não entrou nas listas às legislativas, o Conselho Nacional aprovou-as com 74% de votos favoráveis (80 a favor, 18 contra e 10 abstenções).
O congresso do partido, agendado para 17, 18 e 19 e dezembro, não irá acontecer na FIL, em Lisboa, como estava previsto, mas sim em Santa Maria da Feira.
Rui Rio explicou que a alteração de local acontece por duas razões: a pandemia de covid-19 e o preço. Esclareceu que o partido teve de encontrar um "lugar mais seguro" face à covid-19 e que há "uma diferença de preço brutal" entre os dois espaços.
O líder do PSD anunciou também que o regulamento do congresso foi alterado: "Quando fizemos o regulamento não sabíamos que a pandemia estava a crescer".
Para entrar no congresso, será necessário apresentar um teste negativo e o certificado de vacinação.
Sobre a listas de deputados, afirmou que "esta teve uma característica especial":
"Por um lado, foi mais pacifica que o normal e, por outro, as intervenções feitas são quase todas de pessoas que não estavam na lista."
O líder partidário destacou o esforço por "alguma renovação", adiantando que vão sair alguns deputados no cargo há mais de 20 anos. "É tempo de fazer isso", afirmou.
"Propomos que cada deputado faça apenas três mandatos", propôs.
"Maioria em lugar elegível esteve comigo", mas Rio diz que há pessoas nas listas que nunca estiveram ao seu lado.
Rui Rio recusa ter feito "limpeza étnica" nas listas de deputados do PSD
Antes da votação final, o presidente do PSD, Rui Rio, admitiu que existiram algumas "clarificações" na lista de candidatos a deputados, mas recusou que tenha havido uma "limpeza étnica", considerando que continuam a conviver "muitas etnias" na proposta da direção.
Em declarações aos jornalistas no final da reunião da Comissão Política Nacional e antes do Conselho Nacional, Rio considerou que deu "alguns sinais de unidade, mas ao mesmo tempo de renovação".
"Fizemos um esforço de renovação particularmente em deputados que possam estar há muitos anos no parlamento", afirmou, embora escusando-a a adiantar exemplos.
Quanto aos sinais de unidade, Rio considerou que foi tentado "um equilíbrio" com as propostas feitas pelas comissões políticas distritais e concelhias.
"Não entrarmos numa situação em que só olhamos para aqueles que estavam do meu lado e correndo com os que estavam do outro", afirmou, numa referência às recentes eleições diretas em que derrotou o eurodeputado Paulo Rangel.
Saiba mais:
- Rui Rio recusa ter feito "limpeza étnica" nas listas de deputados do PSD
- Paulo Rangel espera ver "sinais de unidade" no PSD nas legislativas
- PSD vai sozinho a eleições: Rio diz que foi "decisão pacífica" porque é um "entendimento maioritário"
- Candidatos do PSD às legislativas: proposta inclui 6 mulheres como cabeças de lista