Eleições Legislativas

Mortágua defende que o voto dos jovens "poderá decidir estas eleições"

A líder bloquista recordou o tempo em que o Governo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas (PSD/CDS), entre 2011 e 2015, disse aos jovens para "saírem da zona de conforto e procurar emprego noutro país".

Mortágua defende que o voto dos jovens "poderá decidir estas eleições"
PAULO NOVAIS / LUSA

A coordenadora nacional do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, apelou este sábado em Coimbra aos jovens para ditarem com o seu voto o resultado das eleições de 10 de março.

"O voto dos jovens pode decidir estas eleições", afirmou a líder bloquista, ao intervir num jantar comício da pré-campanha num restaurante de Coimbra, que reuniu cerca de 150 pessoas.

Mariana Mortágua recordou o tempo em que o Governo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas (PSD/CDS), entre 2011 e 2015, dizia aos jovens: "saiam da vossa zona de conforto e vão procurar emprego noutro país".

"Nós não deixamos que se esqueça", acrescentou, frisando que esta "não é uma questão de passado", mas antes "uma questão de futuro".

Mariana Mortágua disse que ouviu este sábado o líder do PSD, Luís Montenegro, "a falar sobre emigração e sobre jovens", para recordar que, durante a governação de Pedro Passos Coelho, "mais 100 mil pessoas saiam do país por ano, muitos deles jovens".

"A mesma direita que fala tanto sobre emigração e sobre crescimento económico o que propõe, de facto, é precariedade para os jovens e borlas fiscais para os milionários que os explora com os baixos salários", sublinhou.

Na opinião da coordenadora do BE, o que a direita propõe são "borlas aos milionários que ganham com a crise climática que arranca o futuro aos jovens e às próximas gerações".

"Em Portugal, o Estado investe para formar e qualificar jovens que a economia depois expulsa. E expulsa-os porque paga pouco pelo seu trabalho", disse, ao salientar que esta economia "é a mesma que condena outros jovens, vindos de outras partes do mundo, à mais brutal exploração porque recebem ainda menos".

Logo que chegou "a crise da inflação, começou a corrida por uma casa", sendo esta "uma corrida sem fim, uma corrida inglória, em que tantas vezes não se sai do mesmo sítio", referiu a dirigente do BE.

"É ótimo percorrer o mundo, abrir horizontes, conhecer o que é diferente. Mas há uma grande diferença entre querer sair e ser expulso do país onde se nasceu", lamentou.

Mariana Mortágua frisou que "uma coisa é experimentar a vida noutro lugar, outra coisa é a angústia de ir contrariado, porque no país, a que chamamos casa, as casas são impossíveis de pagar" e quem sai de Portugal "fá-lo porque o salário é baixo e a vida é cara".