Eleições Legislativas

Afinal, o que disse Pedro Nuno Santos sobre viabilizar um Governo da AD?

Disse, não disse, retirou, voltou a declarar. Pedro Nuno Santos poderá ter feito algumas declarações menos claras, mas pediu clareza aos políticos de direita. Em que ponto ficou, então, o PS caso a AD ganhe as eleições?

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A pré-campanha tem sido dominada, nos últimos dias, pela questão da governabilidade do país, em função dos resultados que saírem das eleições. O assunto tornou-se central depois das declarações de Pedro Nuno Santos, no debate com Luís Montenegro. Só que depois disso, o líder do PS tem vindo a introduzir algumas alterações no discurso.

Primeiro episódio: debate de segunda-feira entre os dois adversários. Pedro Nuno garante pela primeira vez: em caso de vitória sem maioria absoluta, não será pelo PS que a AD não governa.

"O PS, se não ganhar, não apresentará uma moção de rejeição, nem viabilizará nenhuma moção de rejeição, se houver uma vitória da AD, que esperamos não aconteça"

Mas 24 horas depois, Pedro Nuno no Alentejo escreve o segundo episódio, com uma ligeira nuance.

"Fizeram-nos uma pergunta ontem à qual nós respondemos de forma muito clara: nós só governaremos se ganharmos as eleições ou conseguirmos apresentar uma solução de Governo com apoio maioritário"

Ou seja: afinal se a AD ganhar sem maioria absoluta, o PS até pode governar, numa nova geringonça.

"Cá nós somos claros: governamos se ganharmos ou se conseguirmos formar uma maioria, de outra forma não o faremos"

Terceiro episódio no Porto, logo no dia a seguir. Pedro Nuno acrescenta um ponto: o PS afinal não sente qualquer obrigação em viabilizar um Governo minoritário da AD.

"Nós sentimo-nos desobrigados. Ninguém pode impor ao PS que faça aquilo que o PSD não está disposto a fazer"

Menos de uma hora depois, Pedro Nuno admite que é preciso explicar melhor: vai ou não viabilizar um Governo minoritário da AD?

"Nós não apresentaremos nenhuma moção de rejeição nem viabilizaremos nenhuma moção de rejeição, se o PS não ganhar, nem tiver uma maioria para apresentar. E isso mantém-se. Agora o que queremos é reciprocidade e responda ao repto do PS, do mesmo modo que o PS se disponibilizou"

Ou seja, se o PS perder, viabiliza um governo da AD em minoria, mas só se sente obrigado se houver reciprocidade e não conseguir apresentar uma alternativa à esquerda. Confuso?

"Nós exigimos aos políticos clareza, frontalidade, em democracia é assim que nos devemos relacionar uns com os outros e quem quer ser primeiro-ministro com o seu povo"

Pedro Nuno tem feito um esforço.