Eleições Legislativas

Acordo à esquerda com o apoio do PCP? "Para nós a palavra conta como sempre contou"

Questionado sobre se é necessário um acordo escrito sobre a viabilização de um governo à esquerda, ou se é suficiente um acordo de palavra, Paulo Raimundo foi direto na resposta.

Secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo
Loading...

A CDU abriu oficialmente este domingo a campanha para as eleições legislativas de 10 de março a insistir no aumento dos salários dos trabalhadores em 15%. Esta segunda-feira, este foi o principal tema que Paulo Raimundo tentou trazer para o debate entre os líderes com assento parlamentar, mas que considera que “mais uma vez, foi uma matéria que ficou um pouco fora do debate”.

"Não conheço a visão de Rui Rocha nas ruas, mas conheço aquela do contacto com as pessoas, com os comerciantes, com os trabalhadores e aquilo que se ouve é a matéria que tentámos trazer hoje outra vez, mais uma vez foi uma matéria que ficou um pouco fora do debate, que é a questão do aumento dos salários e das pensões", afirma Paulo Raimundo, à saída do debate.

Questionado sobre se é necessário um acordo escrito sobre a viabilização de um governo à esquerda, ou se é suficiente um acordo de palavra, Paulo Raimundo foi direto na resposta.

“Eu sei que está um bocado fora de moda, mas para nós a palavra conta como sempre contou”, esclareceu.

Acrescentou ainda: “O período em que nós tivemos maior estabilidade foi de 2015 a 2019 e uma parte significativa daquilo que foi possível alcançar estava fora dos acordos escritos. Foi só possível porquê? Foi possível pela força que o PCP e a CDU tiveram de obrigar o Partido Socialista."

Ainda sobre as sondagens, Paulo Raimundo foi questionado sobre o facto dessa “força", que reconhece ao partido, não estar a ser espelhada nas sondagens.

“Nós conhecemos essa operação. As sondagens condicionam muito e acertam sempre praticamente nada. Foi assim na Madeira, foi assim nos Açores , foi tudo ao lado. E a verdade é que crescemos na Madeira, crescemos nos Açores ficando apenas a 85 votos de eleger um deputado, o que revela que todos os votos contam”, conclui.