Eleições Legislativas

"Montenegro esteve contra o direito ao aborto sempre que pôde", acusa Joana Mortágua

Joana Mortágua dedicou a reta final do seu discurso àquilo que considerou ser a "maior insegurança que se vive em Portugal" que "é a desigualdade de género", focando-se nas dificuldades de acesso à interrupção voluntária da gravidez no SNS.

"Montenegro esteve contra o direito ao aborto sempre que pôde", acusa Joana Mortágua
TIAGO PETINGA/LUSA

A deputada bloquista Joana Mortágua acusou esta noite o presidente do PSD de ter estado "contra o direito ao aborto sempre que pôde no Parlamento " e considerou que o líder socialista "está enganado" porque o SNS tem falhado às mulheres.

No comício da Incrível Almadense, a cabeça de lista do BE pelo distrito de Setúbal, a deputada Joana Mortágua, dedicou a reta final do seu discurso àquilo que considerou ser a "maior insegurança que se vive em Portugal" que "é a desigualdade de género", focando-se nas dificuldades de acesso à interrupção voluntária da gravidez no SNS.

"Tenho ouvido Pedro Nuno Santos a dizer que tem orgulho na governação dos últimos anos e é daqui, de Almada, que lhe quero dizer, em nome de todas as mulheres que lutaram pelo direito ao aborto legal e seguro, que está enganado", disse.

Recorrendo àquilo que a ex-líder do BE Catarina Martins e a deputada Isabel Pires disseram ao ministro da Saúde, Manuel Pizarro, no Parlamento, Joana Mortágua lamentou que o Serviço Nacional de Saúde esteja a falhar "às mulheres deste país" e considerou que "essa irresponsabilidade tem de acabar".

"Nós, mulheres deste país, somos credoras do progresso que conquistámos em todas as lutas pela igualdade e contra a violência de género e não tenham dúvidas de que vamos cobrar aquilo que nos é devido. Nós não pusemos o barco ao mar para ficar pelo caminho, mas também sabemos que para mudar não é preciso fazer um pacto com o diabo", defendeu.

É neste momento que o discurso da candidata bloquista se virou para o PSD ao apelar à necessidade de não esquecer aquilo que foi a posição deste partido.

"Quem impôs reversões à lei do aborto assim que pôde, quem utilizou a sua maioria absoluta para penalizar as mulheres que pretendiam aceder ao aborto, quem quis que fossem aconselhadas por profissionais objetores de consciência, quem obrigou as mulheres a estatutos de menoridade na sua decisão, quem, por fim, impôs disciplina de voto à sua bancada contra o direito das mulheres quando uma maioria de esquerda quis retomar o direito das mulheres ao aborto em pleno e essa pessoa tem um nome: Luís Montenegro", acusou.

De acordo com Joana Mortágua, "Luís Montenegro esteve contra o direito ao aborto sempre que pôde no Parlamento".

É daqui que a bloquista partiu para um apelo ao voto numa altura em que "estão em causa os direitos das mulheres" e "contra todos os conservadorismos".

"A todas as mulheres deste país deixo uma garantia: no dia 10 de março toda a força do bloco será feminista, toda a força do bloco levará mais longe os direitos que conquistámos e deixo um apelo a que no próximo dia 8 de Março enchamos as ruas na manifestação do Dia das Mulheres", apelou, pedindo uma "manifestação histórica".