No PSD acredita-se que o novo Governo pode durar uma legislatura. O partido vai usar os primeiros dias de governação para avançar com medidas consideradas populares, para facilitar a concordância da oposição.
No dia em que Luís Montenegro ocupar o cargo de primeiro-ministro o PSD vai querer virar o foco para as bancadas da oposição.
Ainda assim, Luís Montenegro só deve começar a fazer convites para o novo governo depois de ser formalmente indigitado pelo Presidente da República.
O novo Governo sabe que não tem uma Assembleia da República fácil pela frente, mas acredita que nenhum dos maiores partidos vai querer ficar fora das medidas populares.
Algumas dessas medidas serão a recuperação do tempo de serviço dos professores, a atribuição do subsídio de risco às forças de segurança, a baixa do IRS ou o plano de emergência para a saúde.
Ainda não se sabe a posição dos restantes partidos, mas, para já, há luz verde para quase as medidas por parte do Chega.
Para fazer avançar as prioridades para a governação, o PSD conta com o excedente orçamental deixado pelo PS, mas na estratégia de pressionar a oposição ainda não é claro que venha a surgir um Orçamento de Estado (OE) retificativo.
Orçamento de Estado é “prova de fogo”
O grande desafio do próximo Governo será o primeiro Orçamento de Estado, pois, dependendo da conjuntura política, acredita-se que os partidos da oposição podem não ter muito a perder com a queda do Governo.
Caso o primeiro OE passar, quando o segundo for a votos no Parlamento, o Presidente da República estará a menos de seis meses de terminar o mandato e já não pode dissolver a Assembleia da República.